segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Reflexão do Evangelho de hoje - (Mt 25,31-46)

Seremos julgados pelo que fazemos ou deixamos de fazer
Cada um de nós comparecerá diante do tribunal de Deus para ser julgado por aquilo que fez ou deixou de fazer

“Pois eu estava com fome e me destes de comer; eu estava com sede e me destes de beber; eu era estrangeiro e me recebestes em casa” (Mt 25, 35).

Amados irmãos e irmãs, Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo está dizendo para nós quais são os termos do julgamento final de toda a humanidade. Cada um de nós comparecerá diante do tribunal de Deus para ser julgado por aquilo que fez ou deixou de fazer. Seremos abençoados e acolhidos todas as vezes que recebermos o Senhor ou deixarmos de receber a coroa da vida, quando não soubermos acolhê-Lo.

“Senhor, onde estava nu, e eu não Lhe dei roupa? Onde o Senhor estava com fome, e eu não lhe dei comida? Onde o Senhor estava preso, e eu não fui lhe ver?” Sabe, meus irmãos, fazemos muitas coisas para as pessoas que nos são agradáveis, das quais gostamos muito, que amamos; tiramos até nossa própria roupa para dar a quem amamos e é muito importante para nós.

Eu sei que pelo Papa e por aquele ídolo que você gosta muito, você faria qualquer coisa! Contudo, não é o Papa nem seu ídolo que vão ser a via da presença misericordiosa de Deus para você. Acolher Jesus é acolhê-Lo naquele que ninguém quer. O Senhor está mesmo no pobre, que não tem comida para comer; no sedento que precisa de um copo d’água para beber. Jesus é o estrangeiro que não tem lugar para se refugiar ou casa para morar. Ele é o homem nu da rua, da vida que não tem roupa para se vestir.

Jesus é o doente, o enfermo que está no leito do hospital ou sofrendo em muitas de nossas casas, desamparados, porque não têm ninguém por eles. Jesus é o preso, o bandido que está na cadeia, já julgado e condenado. Jesus está naquele condenado, naquela condenada.

É mais fácil receber Jesus na Eucaristia, branquinho, um pão que vem ao nosso ego, massageia a nossa alma! Mas é duro recebê-Lo ou encontrá-Lo naquela carne fedida, naquela pessoa que cheira mal. É duro recebê-Lo ou entender que Ele é aquela pessoa.

Desculpe-me, mas os padres da Igreja já nos diziam que a carne do pobre é a carne de Cristo. O sofrimento dos mais pobres, doentes e enfermos é o sofrimento de Jesus.

Vivenciando o ano da misericórdia, o Papa Francisco nos exorta a colocarmos em prática as obras de misericórdia, sejam elas corporais ou espirituais, que precisam estar encarnadas no cotidiano de nossa vida. Não despreze ninguém, não deixe de dar atenção ao necessitado, ao faminto, e não pense que esse seja apenas um problema governamental, pois é um problema espiritual, é um problema de salvação e conversão. Cabe a você se converter para os mais pobres, para os mais necessitados da humanidade.

Deus abençoe você!

Veja a reflexão da Quaresma para o dia de Hoje

domingo, 14 de fevereiro de 2016

Programação de Domingo de Ramo e Via Sacra da Paróquia São Miguel Arcanjo - Abreu e Lima



Reflexão do Evangelho de Hoje - (Lc 4,1-13)

É possível resistir às tentações

As tentações fazem parte da vida, mas ninguém é tentado acima das suas forças
“Jesus, cheio do Espírito Santo, voltou do Jordão, e, no deserto, ele era guiado pelo Espírito. Ali foi tentado pelo diabo durante quarenta dias” (Lc 4, 1-2).

O primeiro domingo da Quaresma nos ajuda a entender que todos nós, nesta vida, passamos pelas tentações, tão constantes na vida humana. Nosso Senhor e Salvador, quando foi iniciar Sua vida, Seu ministério público, dirigiu-se ao deserto para dedicar-se à oração, para recolher-se interiormente e encher-se mais de Deus. Ali, Ele foi conduzido pelo Espírito.

Talvez você se pergunte: “Como Jesus, tão cheio do Espírito, conduzido e guiado pelo Paráclito em oração, foi tentado?”. Para que entendêssemos que, em toda e qualquer circunstância da nossa vida, a tentação está presente.

Na oração, na falta de oração, na igreja ou fora dela, no deserto, no campo e na cidade, as tentações estão dentro e fora de nós. Precisamos de uma armadura, uma decisão interior para sabermos combater o mal que vem nos questionar, interrogar, interpelar e nos seduzir, para deixar esse caminho e ir pelo outro.

O demônio apresentou a Jesus três caminhos de facilidade. O que todos nós buscamos na vida são caminhos mais fáceis, os quais nos conduzem à estrada do prazer e da vida mais cômoda. Isso, muitas vezes, acaba sendo a grande tentação que nos desvia da rota, a tentação do prazer, do poder e da idolatria, de idolatrarmos a nós, aos outros ou às coisas.

Revestido como era da Palavra de Deus e do Santo Espírito, Jesus resistiu a cada uma das tentações, e para cada uma delas deu uma resposta única, fortalecida pelo poder de Deus. Nós precisamos responder às tentações da vida.

Primeiro, nós não podemos dialogar com a tentação, porque, se nos deixarmos enveredar por ela, correremos o risco de cair e ficarmos prostrados por causa dela. Para resistirmos às tentações da vida, o Espírito que está em nós nos enche da Palavra para que, com muita humildade, respondamos com Deus àquilo que não é de Deus, respondamos com a Palavra aquilo que tenta nos desviar do caminho d’Ele.

Não se engane, as tentações fazem parte da vida, mas ninguém é tentado acima das suas forças, ninguém é tentado a fazer aquilo que não quer. O que não podemos é brincar com as tentações, achar que somos super-heróis; porque quando ela nos pega e arrasta-nos; depois, muitas vezes, é difícil não cair.

Deus abençoe você!

Veja a reflexão da Quaresma para o dia de Hoje

sábado, 13 de fevereiro de 2016

Encontro na Comunidade Católica Boa Nova - 06 de Março de 2016 - Hamilton Apolônio e Padre Jorge Tadeu.

Encontro na Comunidade Católica Boa Nova
Venham todos participar do primeiro encontro na Boa Nova do ano de 2016, presença de Hamilton Apolônio e Padre Jorge Tadeu, saída de Ônibus da Pandas Auto Diesel às 06:30hs, valor da passagem R$ 15,00. Vagas limitadas.
Informações: Geraldo - 99502.2916 
                      Kleber - 98220.2007 / 98220.2007
                      Camila - 98346-0280

Encontro Histórico

Papa e Patriarca Russo assinam histórica declaração conjunta

Cidade do Vaticano (RV) – Após a reunião a portas fechadas, o Papa e o Patriarca Kirill assinaram uma histórica declaração conjunta que marca uma nova era nas relações entre a Igreja católica e o Patriarcado Russo.

Em 30 itens, Francisco e o Patriarca Kirill passaram em resenha e assinaram a concordância sobre temas-chave para a reaproximação entre católicos e ortodoxos.

Entre os tópicos principais, a preocupação comum sobre a situação dos cristãos no Oriente Médio, o protagonismo de Cuba e o futuro das relações entre ortodoxos e greco-católicos.

“Os resultados da conversa me permitem assegurar que ambas as Igrejas podem cooperar conjuntamente defendendo os cristãos no mundo inteiro e, com plena responsabilidade, trabalhar conjuntamente, para que não se faça guerra, para que se respeite a vida humana no mundo inteiro”, declarou Kirill.

“Falamos claramente, sem meias palavras”, disse Francisco. "Senti a consolação do Espírito neste diálogo. São iniciativas viáveis que se podem realizar", concluiu o Pontífice após a assinatura da declaração.

Abaixo, publicamos a íntegra do documento histórico:


Declaração comum do Papa Francisco e do Patriarca Kirill de Moscovo e de toda a Rússia

"A graça do Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus Pai e a comunhão do Espírito Santo estejam com todos vós" (2 Cor 13, 13).

1. Por vontade de Deus Pai de quem provém todo o dom, no nome do Senhor nosso Jesus Cristo e com a ajuda do Espírito Santo Consolador, nós, Papa Francisco e Kirill, Patriarca de Moscou e de toda a Rússia, encontramo-nos, hoje, em Havana. Damos graças a Deus, glorificado na Trindade, por este encontro, o primeiro na história.

Com alegria, encontramo-nos como irmãos na fé cristã que se reúnem para “falar de viva voz” (2 Jo 12), coração a coração, e analisar as relações mútuas entre as Igrejas, os problemas essenciais de nossos fiéis e as perspectivas de progresso da civilização humana

Cuba

2. O nosso encontro fraterno teve lugar em Cuba, encruzilhada entre Norte e Sul, entre Leste e Oeste. A partir desta ilha, símbolo das esperanças do “Novo Mundo” e dos acontecimentos dramáticos da história do século XX, dirigimos a nossa palavra a todos os povos da América Latina e dos outros continentes.

Alegramo-nos porque aqui cresce, de forma dinâmica, a fé cristã. O forte potencial religioso da América Latina, a sua tradição cristã secular, presente na experiência pessoal de milhões de pessoas, são a garantia de um grande futuro para esta região.

3. Encontrando-nos longe das antigas disputas do “Velho Mundo”, sentimos mais fortemente a necessidade de um trabalho comum entre católicos e ortodoxos, chamados a dar ao mundo, com mansidão e respeito, razão da esperança que está em nós (cf. 1 Ped 3, 15).

Tradição comum

4. Damos graças a Deus pelos dons que recebemos da vinda ao mundo do seu único Filho. Partilhamos a Tradição espiritual comum do primeiro milênio do cristianismo. As testemunhas desta Tradição são a Virgem Maria, Santíssima Mãe de Deus, e os Santos que veneramos. Entre eles, contam-se inúmeros mártires que testemunharam a sua fidelidade a Cristo e se tornaram “semente de cristãos”.

5. Apesar desta Tradição comum dos primeiros dez séculos, há quase mil anos que católicos e ortodoxos estão privados da comunhão na Eucaristia. Estamos divididos por feridas causadas por conflitos de um passado distante ou recente, por divergências – herdadas dos nossos antepassados – na compreensão e explicitação da nossa fé em Deus, uno em três Pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo. Deploramos a perda da unidade, consequência da fraqueza humana e do pecado, ocorrida apesar da Oração Sacerdotal de Cristo Salvador: “Para que todos sejam um só, como Tu, Pai, estás em Mim e Eu em Ti; para que assim eles estejam em Nós” (Jo 17, 21).

Superar divergências

6. Conscientes da permanência de numerosos obstáculos, esperamos que o nosso encontro possa contribuir para o restabelecimento desta unidade querida por Deus, pela qual Cristo rezou. Que o nosso encontro inspire os cristãos do mundo inteiro a rezar ao Senhor, com renovado fervor, pela unidade plena de todos os seus discípulos. Em um mundo que espera de nós não apenas palavras mas gestos concretos, possa este encontro ser um sinal de esperança para todos os homens de boa vontade!

7. Determinados a realizar tudo o que seja necessário para superar as divergências históricas que herdamos, queremos unir os nossos esforços para testemunhar o Evangelho de Cristo e o patrimônio comum da Igreja do primeiro milênio, respondendo em conjunto aos desafios do mundo contemporâneo. Ortodoxos e católicos devem aprender a dar um testemunho concorde da verdade, em áreas onde isso seja possível e necessário. A civilização humana entrou em um período de mudança de época. A nossa consciência cristã e a nossa responsabilidade pastoral não nos permitem ficar inertes perante os desafios que requerem uma resposta comum.

Oriente Médio

8. O nosso olhar dirige-se, em primeiro lugar, para as regiões do mundo onde os cristãos são vítimas de perseguição. Em muitos países do Oriente Médio e do Norte da África, os nossos irmãos e irmãs em Cristo veem exterminadas as suas famílias, aldeias e cidades inteiras. As suas igrejas são barbaramente devastadas e saqueadas; os seus objetos sagrados profanados, os seus monumentos destruídos. Na Síria, no Iraque e em outros países do Oriente Médio, constatamos, com amargura, o êxodo maciço dos cristãos da terra onde começou a espalhar-se a nossa fé e onde eles viveram, desde o tempo dos apóstolos, em conjunto com outras comunidades religiosas.

9. Pedimos a ação urgente da Comunidade internacional para prevenir uma nova expulsão dos cristãos do Oriente Médio. Ao levantar a voz em defesa dos cristãos perseguidos, queremos expressar a nossa compaixão pelas tribulações sofridas pelos fiéis de outras tradições religiosas, também eles vítimas da guerra civil, do caos e da violência terrorista.

10. Na Síria e no Iraque, a violência já causou milhares de vítimas, deixando milhões de pessoas sem casa nem meios de subsistência. Exortamos a Comunidade internacional a unir-se para pôr fim à violência e ao terrorismo e, ao mesmo tempo, a contribuir por meio do diálogo para um rápido restabelecimento da paz civil. É essencial garantir uma ajuda humanitária em larga escala às populações martirizadas e a tantos refugiados nos países vizinhos.

Pedimos a quantos possam influir sobre o destino das pessoas raptadas, entre as quais se encontram os Metropolitas de Aleppo, Paulo e João Ibrahim, sequestrados no mês de Abril de 2013, que façam tudo o que é necessário para a sua rápida libertação.

Acordo de Paz

11. Elevamos as nossas súplicas a Cristo, Salvador do mundo, pelo restabelecimento da paz no Oriente Médio, que é “fruto da justiça” (Is 32, 17), a fim de que se reforce a convivência fraterna entre as várias populações, as Igrejas e as religiões lá presentes, pelo regresso dos refugiados às suas casas, a cura dos feridos e o repouso da alma dos inocentes que morreram.

Com um ardente apelo, dirigimo-nos a todas as partes que possam estar envolvidas nos conflitos pedindo-lhes que deem prova de boa vontade e se sentem à mesa das negociações. Ao mesmo tempo, é preciso que a Comunidade internacional faça todos os esforços possíveis para pôr fim ao terrorismo valendo-se de ações comuns, conjuntas e coordenadas. Apelamos a todos os países envolvidos na luta contra o terrorismo, para que atuem de maneira responsável e prudente. Exortamos todos os cristãos e todos os crentes em Deus a suplicarem, fervorosamente, ao Criador providente do mundo que proteja a sua criação da destruição e não permita uma nova guerra mundial. Para que a paz seja duradoura e esperançosa, são necessários esforços específicos tendentes a redescobrir os valores comuns que nos unem, fundados no Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo.

12. Curvamo-nos perante o martírio daqueles que, à custa da própria vida, testemunham a verdade do Evangelho, preferindo a morte à apostasia de Cristo. Acreditamos que estes mártires do nosso tempo, pertencentes a várias Igrejas mas unidos por uma tribulação comum, são um penhor da unidade dos cristãos. É a vós, que sofreis por Cristo, que se dirige a palavra do Apóstolo: “Caríssimos, (...) alegrai-vos, pois assim como participais dos padecimentos de Cristo, assim também rejubilareis de alegria na altura da revelação da sua glória” (1 Ped 4, 12-13).

Diálogo e Europa

13. Nesta época preocupante, é indispensável o diálogo inter-religioso. As diferenças na compreensão das verdades religiosas não devem impedir que pessoas de crenças diversas vivam em paz e harmonia. Nas circunstâncias atuais, os líderes religiosos têm a responsabilidade particular de educar os seus fiéis num espírito respeitador das convicções daqueles que pertencem a outras tradições religiosas. São absolutamente inaceitáveis as tentativas de justificar ações criminosas com slogans religiosos. Nenhum crime pode ser cometido em nome de Deus, “porque Deus não é um Deus de desordem, mas de paz” (1 Cor 14, 33).

14. Ao afirmar o alto valor da liberdade religiosa, damos graças a Deus pela renovação sem precedentes da fé cristã que acontece na Rússia e em muitos países da Europa Oriental, onde, durante algumas décadas, dominaram os regimes ateus. Hoje as cadeias do ateísmo militante estão quebradas e, em muitos lugares, os cristãos podem livremente confessar a sua fé. Em um quarto de século foram construídas dezenas de milhares de novas igrejas, e abertos centenas de mosteiros e escolas teológicas. As comunidades cristãs desenvolvem uma importante atividade sócio-caritativa, prestando variada assistência aos necessitados. Muitas vezes trabalham lado a lado ortodoxos e católicos; atestam a existência dos fundamentos espirituais comuns da convivência humana, ao testemunhar os valores do Evangelho.

15. Ao mesmo tempo, estamos preocupados com a situação em muitos países onde os cristãos se debatem cada vez mais frequentemente com uma restrição da liberdade religiosa, do direito de testemunhar as suas convicções e da possibilidade de viver de acordo com elas. Em particular, constatamos que a transformação de alguns países em sociedades secularizadas, alheias a qualquer referência a Deus e à sua verdade, constitui uma grave ameaça à liberdade religiosa. É fonte de inquietação para nós a limitação atual dos direitos dos cristãos, se não mesmo a sua discriminação, quando algumas forças políticas, guiadas pela ideologia de um secularismo frequentemente muito agressivo, procuram relegá-los para a margem da vida pública.

16. O processo de integração europeia, iniciado depois de séculos de sangrentos conflitos, foi acolhido por muitos com esperança, como uma garantia de paz e segurança. Todavia, convidamos a manter-se vigilantes contra uma integração que não fosse respeitadora das identidades religiosas. Embora permanecendo abertos à contribuição de outras religiões para a nossa civilização, estamos convencidos de que a Europa deve permanecer fiel às suas raízes cristãs. Pedimos aos cristãos da Europa Oriental e Ocidental que se unam para testemunhar em conjunto Cristo e o Evangelho, de modo que a Europa conserve a própria alma formada por dois mil anos de tradição cristã.

Família

17. O nosso olhar volta-se para as pessoas que se encontram em situações de grande dificuldade, em condições de extrema necessidade e pobreza, enquanto crescem as riquezas materiais da humanidade. Não podemos ficar indiferentes à sorte de milhões de migrantes e refugiados que batem à porta dos países ricos. O consumo desenfreado, como se vê em alguns países mais desenvolvidos, está gradualmente esgotando os recursos do nosso planeta. A crescente desigualdade na distribuição dos bens da Terra aumenta o sentimento de injustiça perante o sistema de relações internacionais que se estabeleceu.

18. As Igrejas cristãs são chamadas a defender as exigências da justiça, o respeito pelas tradições dos povos e uma autêntica solidariedade com todos os que sofrem. Nós, cristãos, não devemos esquecer que “o que há de louco no mundo é que Deus escolheu para confundir os sábios; e o que há de fraco no mundo é que Deus escolheu para confundir o que é forte. O que o mundo considera vil e desprezível é que Deus escolheu; escolheu os que nada são, para reduzir a nada aqueles que são alguma coisa. Assim, ninguém se pode vangloriar diante de Deus” (1 Cor 1, 27-29).

19. A família é o centro natural da vida humana e da sociedade. Estamos preocupados com a crise da família em muitos países. Ortodoxos e católicos partilham a mesma concepção da família e são chamados a testemunhar que ela é um caminho de santidade, que testemunha a fidelidade dos esposos nas suas relações mútuas, a sua abertura à procriação e à educação dos filhos, a solidariedade entre as gerações e o respeito pelos mais vulneráveis.

20. A família funda-se no matrimônio, ato de amor livre e fiel entre um homem e uma mulher. É o amor que sela a sua união e os ensina a acolher-se reciprocamente como um dom. O matrimônio é uma escola de amor e fidelidade. Lamentamos que outras formas de convivência já estejam postas ao mesmo nível desta união, ao passo que o conceito, santificado pela tradição bíblica, de paternidade e de maternidade como vocação particular do homem e da mulher no matrimônio, seja banido da consciência pública.

21. Pedimos a todos que respeitem o direito inalienável à vida. Milhões de crianças são privadas da própria possibilidade de nascer no mundo. A voz do sangue das crianças não nascidas clama a Deus (cf. Gn 4, 10).

O desenvolvimento da chamada eutanásia faz com que as pessoas idosas e os doentes comecem a sentir-se um peso excessivo para as suas famílias e a sociedade em geral.

Estamos preocupados também com o desenvolvimento das tecnologias reprodutivas biomédicas, porque a manipulação da vida humana é um ataque aos fundamentos da existência do homem, criado à imagem de Deus. Consideramos nosso dever lembrar a imutabilidade dos princípios morais cristãos, baseados no respeito pela dignidade do homem chamado à vida, segundo o desígnio do Criador.

Juventude

22. Hoje, desejamos dirigir-nos de modo particular aos jovens cristãos. Vós, jovens, tendes o dever de não esconder o talento na terra (cf. Mt 25, 25), mas de usar todas as capacidades que Deus vos deu para confirmar no mundo as verdades de Cristo, encarnar na vossa vida os mandamentos evangélicos do amor de Deus e do próximo. Não tenhais medo de ir contra a corrente, defendendo a verdade de Deus, à qual estão longe de se conformar sempre as normas secularizadas de hoje.

23. Deus ama-vos e espera de cada um de vós que sejais seus discípulos e apóstolos. Sede a luz do mundo, de modo que quantos vivem ao vosso redor, vendo as vossas boas obras, glorifiquem o vosso Pai que está no Céu (cf. Mt 5, 14.16). Haveis de educar os vossos filhos na fé cristã, transmitindo-lhes a pérola preciosa da fé (cf. Mt 13, 46), que recebestes dos vossos pais e antepassados. Lembrai-vos que “fostes comprados por um alto preço” (1 Cor 6, 20), a custo da morte na cruz do Homem-Deus Jesus Cristo.

24. Ortodoxos e católicos estão unidos não só pela Tradição comum da Igreja do primeiro milênio mas também pela missão de pregar o Evangelho de Cristo no mundo de hoje. Esta missão exige o respeito mútuo entre os membros das comunidades cristãs e exclui qualquer forma de proselitismo.

Não somos concorrentes, mas irmãos: por esta certeza, devem ser guiadas todas as nossas ações recíprocas e em benefício do mundo exterior. Exortamos os católicos e os ortodoxos de todos os países a aprender a viver juntos na paz e no amor e a ter “os mesmos sentimentos, uns com os outros” (Rm 15, 5). Por isso, é inaceitável o uso de meios desleais para incitar os crentes a passar de uma Igreja para outra, negando a sua liberdade religiosa ou as suas tradições. Somos chamados a pôr em prática o preceito do apóstolo Paulo: “Tive a maior preocupação em não anunciar o Evangelho onde já era invocado o nome de Cristo, para não edificar sobre fundamento alheio” (Rm 15, 20).

Greco-católicos

25. Esperamos que o nosso encontro possa contribuir também para a reconciliação, onde existirem tensões entre greco-católicos e ortodoxos. Hoje, é claro que o método do “uniatismo” do passado, entendido como a união de uma comunidade à outra separando-a da sua Igreja, não é uma forma que permita restabelecer a unidade. Contudo, as comunidades eclesiais surgidas nestas circunstâncias históricas têm o direito de existir e de empreender tudo o que é necessário para satisfazer as exigências espirituais dos seus fiéis, procurando ao mesmo tempo viver em paz com os seus vizinhos. Ortodoxos e greco-católicos precisam de reconciliar-se e encontrar formas mutuamente aceitáveis de convivência.

26. Deploramos o conflito na Ucrânia que já causou muitas vítimas, provocou inúmeras tribulações a gente pacífica e lançou a sociedade em uma grave crise econômica e humanitária. Convidamos todas as partes do conflito à prudência, à solidariedade social e à atividade de construir a paz. Convidamos as nossas Igrejas na Ucrânia a trabalhar por se chegar à harmonia social, abster-se de participar no conflito e não apoiar ulteriores desenvolvimentos do mesmo.

27. Esperamos que o cisma entre os fiéis ortodoxos na Ucrânia possa ser superado com base nas normas canônicas existentes, que todos os cristãos ortodoxos da Ucrânia vivam em paz e harmonia, e que as comunidades católicas do país contribuam para isso de modo que seja visível cada vez mais a nossa fraternidade cristã.

28. No mundo contemporâneo, multiforme e todavia unido por um destino comum, católicos e ortodoxos são chamados a colaborar fraternalmente no anúncio da Boa Nova da salvação, a testemunhar juntos a dignidade moral e a liberdade autêntica da pessoa, “para que o mundo creia” (Jo 17, 21). Este mundo, onde vão desaparecendo progressivamente os pilares espirituais da existência humana, espera de nós um vigoroso testemunho cristão em todas as áreas da vida pessoal e social. Nestes tempos difíceis, o futuro da humanidade depende em grande parte da nossa capacidade conjunta de darmos testemunho do Espírito de verdade.

Testemunhas da verdade

29. Neste corajoso testemunho da verdade de Deus e da Boa Nova salvífica, possa sustentar-nos o Homem-Deus Jesus Cristo, nosso Senhor e Salvador, que nos fortifica espiritualmente com a sua promessa infalível: “Não temais, pequenino rebanho, porque aprouve ao vosso Pai dar-vos o Reino” (Lc 12, 32).

Cristo é fonte de alegria e de esperança. A fé n’Ele transfigura a vida humana, enche-a de significado. Disto mesmo puderam convencer-se, por experiência própria, todos aqueles a quem é possível aplicar as palavras do apóstolo Pedro: “Vós que outrora não éreis um povo, mas sois agora povo de Deus, vós que não tínheis alcançado misericórdia e agora alcançastes misericórdia” (1 Ped 2, 10).

30. Cheios de gratidão pelo dom da compreensão recíproca manifestada durante o nosso encontro, levantamos os olhos agradecidos para a Santíssima Mãe de Deus, invocando-A com as palavras desta antiga oração: “Sob o abrigo da vossa misericórdia, nos refugiamos, Santa Mãe de Deus”. Que a bem-aventurada Virgem Maria, com a sua intercessão, encoraje à fraternidade aqueles que A veneram, para que, no tempo estabelecido por Deus, sejam reunidos em paz e harmonia num só povo de Deus para glória da Santíssima e indivisível Trindade!

Havana (Cuba), 12 de fevereiro de 2016.
(from Vatican Radio)

Reflexão do Evangelho de Hoje - (Lc 5,27-32)

Somos necessitados da cura e do amor divino
Somos doentes e precisamos muito da cura e do amor divino em nós


“Os que são sadios não precisam de médico, mas sim os que estão doentes.” (Lc 5, 31)


Os fariseus e mestres da lei estão murmurando, reclamando, incomodados, porque os discípulos de Jesus estão comendo com cobradores de impostos e pecadores. Jesus chamou Levi, que era um grande cobrador de impostos, que tanto mal fez às pessoas, para fazer parte do Seu grupo, para fazer parte da Sua companhia.

Meus irmãos, a primeira coisa que temos de colocar na nossa consciência cristã é que não somos melhores que ninguém. Às vezes, havia na tradição cristã, um pensamento muito errôneo que nos fazia sentir melhores ou mais importantes do que os outros. Houve, em todas as épocas da tradição cristã, a teoria da predestinação, onde somos predestinados a ser os melhores, e os outros não são escolhidos.

No coração de Deus, somos todos pecadores, todos miseráveis e devedores de Deus. E quanto mais pobres e pecadores formos, mais ainda escolhidos, amados e preferidos por Deus seremos.

O fato é que, porque nascemos em uma família cristã, porque Deus nos alcançou em algum momento de nossa vida, por frequentarmos a Igreja, as celebrações e os cultos, isso, muitas vezes, enche nosso pensamento e o nosso coração do orgulho e vaidade.

A vaidade apostólica é aquela que nos deixa envaidecidos com o que somos, com o que fazemos e pregamos, com os títulos que nos dão, os aplausos que recebemos. Pior ainda, quando nos fazem sentir melhores do que os outros, mais importante do que outras pessoas. Ainda somos capazes de dizer: “Ali estão os pecadores!”. Nós não vamos ao encontro deles, fechamo-nos nos guetos onde parece que só os santos, só os eleitos podem entrar.

O que acontece é que Deus sai das nossas rodas, sai do meio de nós e vai ao encontro das periferias da vida, daqueles que ninguém quer saber. O que acontece é que Deus tem uma opção amorosa por aqueles que são doentes, pecadores e necessitados da Sua misericórdia. Por isso, precisamos ser os primeiros a necessitarem, a quererem e saberem que nós realmente somos doentes e precisamos muito da cura e do amor divino em nós. Outra coisa: nunca rejeitemos ninguém nem nos sintamos melhores do que ninguém, porque só Deus conhece os corações.

Que o nosso coração seja tão misericordioso como é o coração do Senhor.

Deus abençoe você!

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Reflexão do Evangelho de Hoje

Jejum, prática de conversão e aproximação de Deus
Nós fazemos jejum para nossa conversão interior, para disciplinarmos nosso corpo e vontade
“Acaso o jejum que prefiro não é outro: quebrar as cadeias injustas, desligar as amarras do jugo, tornar livres os que estão detidos, enfim, romper todo tipo de sujeição?” (Is 58, 6)

Um dos elementos fundamentais para vivermos bem a nossa religião, sobretudo as práticas quaresmais, é a vivência do jejum. Há diversas formas de se jejuar, mas o jejum é um elemento religioso que não pode ser ignorado, esquecido ou visto como passado e ultrapassado.

Jejum é vida, é algo místico, faz parte dos preceitos religiosos mais sagrados. É óbvio que ninguém pode viver o jejum no espírito da lei, ninguém pode ver o jejum como se fosse uma competição: “Fiquei tantas horas sem comer!” ou “Eu faço jejum e fico o dia inteiro sem comer nada!”, “Eu só tomo água” ou “Eu só como tal hora”.

Ninguém faz jejum para mostrar ao outro ou provar algo a alguém. Ninguém faz jejum para ficar mais magro ou para ganhar mais saúde, ainda que o jejum tenha seus frutos até para nossa própria saúde. Nós jejuamos para nossa conversão interior, parra disciplinarmos nosso corpo e vontade. Nós fazemos jejum para cultuar a Deus e dizer que Ele é o primeiro em nossa vida. Nós jejuamos, porque isso nos aproxima do Senhor.

Cuidemos para que o jejum não nos torne mais orgulhosos, para que não nos faça melhores que os outros: “Eu jejuo!”. Os fariseus tinham muito disso, jejuavam duas vezes por semana e se sentiam os mais justos e corretos, porque eram os únicos que observavam os preceitos.

O jejum é para quebrar o nosso orgulho e não para levantar a nossa vanglória; para romper com nossas vaidades e não nos tornar envaidecidos com nossas práticas religiosas. Por outro lado, não adianta também jejuarmos e, simplesmente, no dia de jejum, deixamos de comer, fazemos cara feia e demostramos para todo mundo que estamos jejuando.

Como diz a Palavra: “Por acaso é esse o jejum que me agrada?”. Que jejum é esse que nós não somos capazes de romper com cadeias? Que não nos dispomos a romper com as inimizades, com as coisas negativas? Que jejum é esse que não faz com que nos abramos ao perdão e à reconciliação? Há certos demônios que só se expulsam pela oração e pelo jejum. Se não estamos conseguindo romper com a falta de perdão, com rancor, ódio e ressentimento, precisamos, além de oração, aplicar o jejum, para vencermos certos espíritos que atormentam demais a nossa vida.

Deus abençoe você!

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

O Cristo que seguimos é o da Cruz

O Cristo que seguimos é o Crucificado
Seguimos o Cristo crucificado, mas que está vivo no meio de nós

“Se alguém me quer seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz cada dia e siga-me” (Lucas 9, 23).

Para seguir Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo é preciso tê-Lo diante dos nossos olhos; e tê-Lo diante de nós é ter o Crucificado diante do nosso coração, mente e visão.

É bom que você tenha sempre viva, na parede da sua casa, no seu quarto, no carro, no trabalho, onde quer que você vive ou esteja, a imagem do Cristo Jesus crucificado. Não simplesmente para se recordar que Ele morreu na cruz, que deu Sua vida por nós, mas para ter a convicção de que o Cristo que nós seguimos é o Crucificado.

Ele não está mais pregado na cruz, Ele está vivo no meio de nós. Mas o Cristo vivo é o Crucificado, é Aquele que passou, nesta vida, carregando a cruz do sofrimento, da dor, da existência humana, levando sobre Seus ombros e Seu coração todos os dramas existenciais, os dramas do fato de estarmos vivos. Cristo abraçou tudo de todos e carregou sobre si as nossas dores. Quem quiser segui-Lo, primeiro precisa renunciar a si mesmo.

Sabe, irmãos, somos muito cheios de gostos e vontades, não queremos ser contrariados. Mas não vamos conseguir seguir Jesus se formos cheios de “gostinhos” e exigências, querendo que as coisas sejam do nosso jeito. É preciso saber contrariar-se, sofrer as contrariedades; no caminho da vida, é preciso saber ceder para que a vida aconteça.

Só quem renuncia a si mesmo pode pegar sua cruz de cada dia e ir atrás de Jesus. Às vezes, algumas pessoas dizem: “Vou seguir Deus, vou deixar tudo para trás!”. Mas o que é deixar tudo? É abandonar os compromissos, as responsabilidades e obrigações, ignorar que temos de resolver isso ou aquilo? Não! Abrace sua cruz, abrace as situações difíceis e o Senhor as estará abraçando junto com você.

Há cruzes menores ou maiores, mas toda cruz abraçada com amor é árvore da vida; toda cruz abraçada com o coração frutifica, produz mais vida. Abracemos a nossa cruz de cada dia, porque nela está a vida que Deus há de nos dar nova a cada dia.

Deus abençoe você!

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Humildade o estilo de Deus. Sejamos humilde e vivemos como o Senhor nos ensina

"O estilo de Deus é a humildade"

Cidade do Vaticano (RV) – “O estilo de Deus não é o estilo do homem, porque Deus vence com humildade, como demonstra o fim do maior dos profetas, João Batista, que preparou o caminho a Cristo e depois, se pôs de lado”. Este foi o comentário feito pelo Papa sobre o Evangelho do dia, durante a homilia da Missa celebrada na Casa Santa Marta, nesta sexta-feira (05/02).

O “maior” dos homens, o “justo e santo” que preparou o povo para a chegada do Messias, termina decapitado na escuridão de uma cela, sozinho e condenado ao ódio vingativo de uma rainha e à covardia de um rei submisso.

O último profeta

Assim, “Deus vence”, comentou o Papa Francisco, relendo, na homilia, o Evangelho que narra a morte de João Batista:

“João Batista: o maior homem nascido de uma mulher: assim diz a formula de canonização de João. Esta fórmula não foi dita por um Papa, mas por Jesus, o homem que é o maior jamais nascido de uma mulher. O maior Santo: assim, Jesus o canonizou. E terminou no cárcere, degolado, e sua última frase foi quase uma renúncia: ‘Os discípulos de João, ao saber do fato, vieram, pegaram o cadáver e o colocaram no sepulcro’. Assim terminou o maior homem nascido de uma mulher’. Um grande profeta; o único a quem foi concedido ver a esperança de Israel”.

O maior tormento

Francisco não parou na evidência do Evangelho e ‘tentou entrar na cela de João’, a ‘escavar’ na alma da voz que gritou no deserto e batizou multidões em nome Daquele que ainda viria, e que agora estava acorrentado não só aos ferros do cativeiro, mas provavelmente, considerou o Papa, inclusive aos cepos da incerteza que o devasta, não obstante tudo:

“Mas, ele sofreu na prisão, também - digamos a palavra -, a tortura interior da dúvida: Talvez, eu estivesse errado? Este Messias não é como eu imaginava que devia ser o Messias... '. E ele enviou seus discípulos para perguntar a Jesus: 'Mas, diga, diga a verdade: és Tu quem deve vir?', porque aquela dúvida lhe fazia sofrer. “Eu cometi um erro ao anunciar alguém que não é? Eu enganei as pessoas?'. O sofrimento, a solidão interior deste homem ... "Eu, no entanto, tenho que me abaixar, diminuir assim: na alma, no corpo ... tudo ...".

Humilde até o fim

“Diminuir, diminuir, diminuir”, assim “foi a vida de João”, repete Francisco. “Um grande que não procurou a própria glória, mas a de Deus”, e que termina “de modo prosaico, no anonimato”. Mas, com essa sua atitude, conclui o Papa, “preparou o caminho para Jesus”, que da mesma forma, “morreu em agonia, sozinho, sem os discípulos”:

“Irá nos fazer bem ler hoje esta passagem do Evangelho, o Evangelho de Marcos, capítulo VI. Ler esta passagem, para ver como Deus vence: o estilo de Deus não é o estilo do homem. Peça ao Senhor a graça da humildade que tinha João, e não atribuir os méritos ou glórias de outros. E acima de tudo, a graça de que na nossa vida haja sempre o lugar, para que Jesus cresça e que diminuamos, até o fim”. (CM-SP)

(from Vatican Radio)

Reflexão do Evangelho de hoje (Mt 6,1-6.16-18)

É hora de rasgarmos nosso coração na presença de Deus.

É hora de rasgarmos nosso coração diante de Deus, que é tão bom para conosco e nos dá remédios para nos curar;

“Agora, diz o Senhor, voltai para mim com todo o vosso coração, com jejuns, lágrimas e gemidos; rasgai o coração, e não as vestes; e voltai para o Senhor, vosso Deus” (Jl 2,12)

Deus nos dá a graça, hoje, de iniciarmos o tempo favorável, o tempo da graça, o kairos de Deus em nossa vida. A Quaresma é o tempo que o próprio Senhor nos concede, na Sua infinita bondade, para que possamos nos converter de nossos maus procedimentos, de nossos atos que não fazem bem a nós, ao próximo nem a Deus.

A Quaresma é o tempo especial da graça do Senhor, de nos voltarmos para Ele. É tempo de rasgarmos, com toda intensidade, o coração, para que ele se apaixone novamente por Deus.

Acabamos de sair do carnaval, quando as pessoas rasgavam ou tiravam suas roupas, suas próprias vestes! Tantas coisas erradas, vergonhosas e negativas aconteceram. Diante de tudo isso, nosso olhar sobre o mundo não é de julgamento ou de condenação, mas de penitência, é tempo de de clamarmos pela misericórdia divina, para que Deus nos dê um coração convertido.

É hora, agora, de rasgarmos o nosso coração diante da presença de Deus. O Senhor, que é tão bom para conosco, dá-nos três remédios para curar o mal do nosso pecado, para que o nosso coração se converta: o jejum, a esmola e a oração.

O jejum é um caminho de disciplina interior, onde não nos escravizamos pelo alimento, mas deixamos o nosso corpo na servidão de Deus. Jejuar com o coração não é simplesmente deixar de comer isso ou aquilo, mas para que tudo aquilo que fizermos seja para que tenhamos controle da nossa própria vida, sobre nossas escolhas e vontade.

A esmola tem uma outra tradução em nossa língua que se chama caridade. É tempo de nos abrirmos para as obras de misericórdia, sejam elas divinas ou corporais. Acima de tudo, dar esmola ou viver a caridade é preocupar-se com o outro, cuidar do outro, tirar o melhor de si ou do que tem para dar o que o outro precisa ou não tem.

A oração é nossa relação profunda com Deus, é colocar-se em comunhão com Deus. Não basta sabermos que Ele existe, que está no meio de nós; é preciso buscá-Lo e ouvi-Lo. É preciso colocar-se no silêncio interior, no recolhimento do nosso quarto para cultivar uma relação amorosa com o Senhor.

Que a Quaresma seja um tempo de graça, conversão e mudança de vida para todos nós!

Deus abençoe você!

terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

Reflexão do Evangelho de hoje (Mc 7,1-13)

Viver a vontade do Senhor, eis a verdadeira religião

A religião verdadeira é aquela na qual empenhamos nosso coração para viver a vontade do Senhor nosso Deus.

“Bem profetizou Isaías a vosso respeito, hipócritas, como está escrito: ‘Este povo me honra com os lábios, mas seu coração está longe de mim. De nada adianta o culto que me prestam, pois as doutrinas que ensinam são preceitos humanos’” (Marcos 7,6-7).

Jesus é terno, misericordioso e bondoso. Ele pega a pessoa na pior das condições humanas ou no pecado que possa parecer mais duro, mais insuportável e acolhe com todo amor e ternura.

Mas o Jesus suave é também o Jesus firme. E como Jesus é firme, como Ele fica bravo (no bom sentido da palavra) com a hipocrisia, com aqueles que querem viver uma religião de fachada, preocupados com as leis, as doutrinas e os ensinamentos, mas não têm sequer um pingo de misericórdia no coração!

Vejam vocês, os fariseus estão inquietos, perturbando-se e perturbando os outros, porque estão olhando o exterior das pessoas. Estão ali incomodados, porque os discípulos de Jesus comem sem lavar as mãos. Grande coisa! Eles lavam as mãos, mas o coração está sujo.

Sabe, meus irmãos, vivemos na sociedade da aparência ou no mundo das aparências, onde o que importa é o que aparentamos ser para o outro. E aí as pessoas capricham até com gosto para cuidar da sua aparência. São horas no salão, são tratamentos de beleza e de pele, são tempos e tempos gastos para se maquiar, colocar no rosto um semblante, uma face que pareça mais bonita e assim se vai.

Nada contra! Precisamos cuidar bem da nossa aparência, estarmos bem, isso é maravilhoso! Mas, cuidado para não cuidar só da casca, para não ficar o tempo inteiro mergulhado na aparência e não cuidar da essência, dos valores do nosso coração.

Cuidado para não usar tanta roupa bonita que o faça parecer ser isso ou aquilo, mas o coração estar sujo, podre, vazio e hipócrita. Assim era o coração dos fariseus. Jesus olhava e acolhia com muito amor os sujos da humanidade, os maltrapilhos, aqueles que ninguém dava nada por eles. Mas, como é duro ver as pessoas que parecem tão santas, tão boas, tão de Deus, mas por dentro são tão vazias, ocas! Ou não estão tão vazias nem tão ocas, mas tão sujas que não são capazes de enxergar a própria sujeira. Julgam, condenam, mas não vivem o que ensinam. A religião verdadeira é aquela na qual nós empenhamos nosso coração em viver a lei do Senhor e a vontade d’Ele.

Deus abençoe você!

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

Locais de Celebrações da Missas de Cinzas


Reflexão do Evangelho de hoje - Evangelho (Mc 6,53-56)

Corramos ao encontro de Jesus

Precisamos correr ao encontro de Jesus e permitir que Ele nos toque

“E, nos povoados, cidades e campos onde chegavam, colocavam os doentes nas praças e pediam-lhe para tocar, ao menos, a barra de sua veste. E todos quantos o tocavam ficavam curados” (Marcos 6, 56).


Onde Jesus ia, as pessoas queriam ir ao Seu encontro. Cada um padecendo de sua doença, de sua enfermidade, debilidade e fraqueza. Eles queriam tocar ou serem tocados pelo Senhor, porque a Palavra de Jesus cura e liberta, a presença d’Ele é prodigiosa, milagrosa.

Por isso, de alguma forma, era preciso tocá-Lo e ser tocado por Ele, porque em Jesus está o alento, a vida, a esperança que conduz e refaz a alma, o coração e o corpo humano.

Por isso, meus irmãos, nós precisamos tocar no Senhor sempre. Precisamos correr ao encontro d’Ele, permitir que Ele nos toque. Como é que nós podemos ser tocados por Jesus? Em primeiro lugar, pela Sua Palavra. Não deixemos de ouvir as palavras do Senhor! Não deixemos que outras coisas ocupem o lugar da Palavra de Deus em nossa vida!

Senhor, só tu tens palavra de vida eterna! Só tu tens palavras que trazem alento à nossa vida. Por isso, meus irmãos, é preciso aplicação, pois a palavra de Deus, quando é ouvida na intimidade, de coração aberto, ela é capaz de tocar nossa alma e nosso coração.

Quantas pessoas, que viviam situações duras, difíceis, amargas e azedas, foram tocadas pela Palavra do Senhor e tiveram o coração transformado! Quantas pessoas tinham o sentimento de vingança, de ódio e inveja! Quantas pessoas eram movidas até pela tentação, mas deixaram de se enveredar pelo pecado ou por aquele pensamento ruim, porque foram tocadas pela Palavra do Senhor!

Permita-me dizer a você: a Palavra de Jesus cura, liberta e transforma. Precisamos tomar posse dela, assumi-la em nossa vida. Quando assumimos o toque de Deus em nossa vida, isso faz toda diferença!

Precisamos tocar em Jesus, pois Ele está vivo, presente no meio de nós de tantas formas, e uma delas, por excelência, é a Eucaristia. Precisamos ver onde o sacrário está, onde a Eucaristia está sendo celebrada; e se o nosso coração pode receber [o Corpo de Cristo], que o recebamos com fé e confiança.

Não sejamos pessoas que simplesmente comungam por comungar, mas comunguemos porque acreditamos, porque cremos, porque temos a certeza de que Ele é o Senhor e tem o poder de nos tocar e curar. Toquemos nos outros com a presença de Jesus! Toquemos nos doentes, enfermos, oremos por aqueles que sofrem e levaremos a presença amorosa de Deus para os corações que tanto necessitam do amor do Senhor.

Deus abençoe você!

sábado, 6 de fevereiro de 2016

Quaresma: Concentre - se na sua conversão!

Estamos entrando no tempo Quaresmal!

Estamos iniciando o tempo da Quaresma, e por isso nada melhor do que este tempo para ajudar – nos em nosso caminho de conversão pessoal para Deus.
O tempo da Quaresma é sempre marcado como um tempo forte para a meditação da Palavra de Deus, Oração e Jejum. É o tempo em que a igreja reforça a necessidade de uma renovação espiritual em cada um de nós!

O belo deste tempo, é que também o Senhor faz com que por meio de todas estas práticas de oração e penitência, aconteça um desvincular – se do pecado e do Mal. Com isso nos enchemos de Deus e nos esvaziamos de nós mesmos e ainda quebramos muitas vezes o círculo vicioso que o pecado criou dentro de nós, dentro dos nossos corações…

Na Quarta Feira de Cinzas, na oração da Missa de Cinzas, a igreja reza assim:

“ Concedei-nos ó Deus todo poderoso, iniciar com este dia de jejum o tempo da Quaresma para que a penitência nos fortaleça contra o espírito do Mal.”

Portanto este caminho da Quaresma se torna também um caminho de combate espiritual, de luta contra a tentação e contra o tentador; e nos impulsiona a sermos cada vez mais Livres de todo o Mal!

Não percamos tempo, mas sim entremos de cheio neste tempo de conversão pessoal e de preparação para a Páscoa do Senhor.

Aqui ficam algumas dicas para que possamos viver bem este tempo:

– Façamos uma boa revisão de vida: Rever como tem sido os nossos passos, rever o que temos escolhido em nosso caminho, refletirmos por quais brechas temos permitido que a tentação se instale em nosso interior: seja pelo orgulho, pela soberba, vaidade, arrogância, mentira, pornografia, ira, preguiça… Não tenhamos medo de nos colocarmos frente à nossa verdade, e a partir desta verdade encontrada termos o propósito de mudarmos de atitude pela graça do Senhor, mas também pelo nosso esforço pessoal!

– Façamos uma boa confissão: A confissão é o meio mais eficaz para nos livrarmos de todo o pecado, e como nos ensina o Padre Gabriele Amorth: “A confissão é mais eficaz que qualquer exorcismo.” Aqui recomendo um artigo, que certamente lhe ajudará a fazer esta revisão de vida: Precisamos nos confessar! Uma revisão de vida!

– Como tradição, a igreja nos convida ao sacrifício e a penitência: Podemos fazer a escolha de vivermos também sobre a prática de alguma penitência ou mortificação neste tempo. Penitência esta que nos ajudará a nos desvincularmos dos apetites de nossa carne. Essa mortificação e penitência pode ser: Abster – se de carne, de doces em geral, de chocolate, deixar a bebida, o cigarro, deixar de ver novelas, abster – se de alguns passeios, de refrigerante; de hábitos que temos e que nos fazem constantemente cair no pecado, enfim, aquilo que o Senhor lhe inspirar ao coração, mas tudo isso com a intenção de fortalecer o espirito e vencer as fraquezas da carne.

– Práticas que nos ajudarão viver este tempo: A via Sacra rezada e meditada; Oração e Meditação da Palavra de Deus, o Silêncio como meio de encontro com Deus; a Esmola; o Jejum as Quartas e Sextas Feiras…

– Sempre que possível o Santo Sacrifício do Senhor que é a Santa Missa, mas ao menos no Domingo temos como cristãos a obrigação não é meu povo?!

Aqui são somente algumas sugestões para poder lhes ajudar neste tempo da Quaresma. Mas que o Senhor te ilumine neste tempo Sagrado em que entramos e lhe possa fazer viver intensamente este tempo.

“A graça de Deus opera se o homem coopera…”, façamos então a nossa parte e creiamos que Deus é sempre Fiel e fará aquilo que Lhe cabe.

Gostei muito da expressão que ouvi e que para mim se resume o tempo Quaresmal: A Quaresma é um tempo de nos concentrarmos em nossa conversão!

Deus abençoe você e seus propósitos!

Reflexão do Evangelho de Hoje (Mc 6,30-34)

Como cristão, aprenda a acolher e amar o próximo.

O Senhor tem um coração acolhedor, por isso devemos também aprender a acolher e amar o próximo diante de suas necessidades e fraquezas.
“Ao desembarcar, Jesus viu uma numerosa multidão e teve compaixão, porque eram como ovelhas sem pastor. Começou, pois, a ensinar-lhes muitas coisas” (Marcos 6,34).

O coração de Nosso Senhor Jesus Cristo é cheio de compaixão e piedade pelos sofredores e pelas dores da humanidade, também por aqueles que padecem no corpo e na alma, sobretudo aqueles que estão sedentos da verdade. Por isso, Jesus, de onde vem e por onde vai, é movido pela compaixão, pelo saber sofrer junto e estar junto daquilo que o povo vive e passa. São grandes multidões perdidas, sem pastor que as oriente, guie e leve a viverem a verdade. Quando olhamos para nossas cidades, periferias, metrópoles e centros urbanos, vemos imagens de grande multidões, pessoas que, muitas vezes, vão para lá e para cá marcadas pela dor e enfermidade; outros, marcados pela falta de perspectiva de vida e falta de melhora na sua situação financeira, econômica e social.

Outros ainda necessitados do afeto, afago, calor humano e compreensão; todos sedentos de uma palavra de vida. Todos precisam encontrar um sentido para a sua vida, por isso Jesus se volta para eles, para essa multidão e começa a ensinar-lhes sobre a vida e o Reino, Ele lhes mostra o verdadeiro caminho da vida e o sentido da existência humana.

Por favor, não deixe de ensinar, evangelizar, falar de Deus, semear a esperança, acolher quem sofre, está carente e necessitado, pois precisamos ser Jesus para os outros. Assim como nós necessitamos e queremos, temos a verdadeira carência da presença amorosa de Deus em nós quando Seu afago nos toca. Logo, não nos tornemos egoístas; ao contrário, levemos ao outro o amor misericordioso de Deus.

Acolha o sofrimento, a dor e aquilo que machuca o coração do outro, mas sem julgá-lo, condená-lo nem lhe atirar pedras; ao contrário, o dever da Igreja e de cada cristão é ter um coração como o de Jesus, que é profundamente acolhedor.

Quando acolhemos, recebemos e depois ensinamos que não é para ir mais por esse caminho, não andar mais sobre essas estradas, porque ali o coração só vai se machucar. Por favor, não pregue, não ensine nem fale antes de acolher e amar em primeiro lugar.

Toda ovelha e filho de Deus precisa de acolhimento, ternura e amor. Isso não podemos negar a ninguém. Depois, há o ensinamento e a evangelização direta.

Deus abençoe você!

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Reflexão do Evangelho de Hoje

Devemos ser pessoas que vivem na retidão, na luz de Deus.

O Evangelho nos mostra que devemos ser pessoas justas e fiéis diante da verdade.
“Quero que me dês agora, num prato, a cabeça de João Batista” (Marcos 6, 25).

Entre os personagens que o Evangelho de hoje nos apresenta vamos falar de dois que chamam bastante atenção para todos nós na narração que acompanhamos.

A primeira delas é Herodíades, ou melhor ainda, a filha de Herodíades, porque é ela que entra, dança e agrada Herodes. Uma jovem moça que usa do poder da sedução, da beleza e do prazer para conquistar aquilo que ela quer e a mãe deseja. A dança dessa moça foi tão agradável e sedutora, que Herodes deixou-se convencer e deu aquilo que a mãe e a moça queriam. Elas poderiam pedir qualquer coisa, pois a verdade é que a dança e a sedução dela fizeram Herodes perder a cabeça. Por isso, ele lhas daria a metade do seu reino ou qualquer outra coisa que elas quisessem; diante daquilo que lhe agradou, ele não teve juízo, não manteve a cabeça no lugar e perdeu-se; e elas não pensaram duas vezes ao querer, em um prato, a cabeça do profeta, do homem João Batista.

Meus irmãos, diante dessas duas cabeças que se perdem, nós temos de aprender algumas coisas. Primeiro, Herodes perdeu a cabeça, porque deixou-se iludir, seduzir, levar-se pela sexualidade, prazer e a dança, ou seja, lá pelo o que ele viu aos seus olhos. Quantos homens e mulheres se deixam encantar, enveredar-se e perder-se pelo caminho da sedução e do prazer! Quantos pais deixam sua família, porque encontraram um outro amor! Desculpe-me dizer-lhe, na verdade, encontrou uma ilusão, deixou aquilo que criou com tanto amor por causa de algo que, aos olhos, parece mais belo, sedutor e assim por diante.

Quantos homens e mulheres perdidos, seduzidos, iludidos e enganados! Ou ainda seduzindo e enganando a outros com o poder do corpo, do prazer e da sexualidade livre.

Do outro lado, João é aquele que perde a cabeça por causa da verdade. Não que ele perdeu o juízo, mas lhe cortaram a cabeça, porque ele dizia e proclamava a verdade. Ele dizia que não era justo Herodes ter como mulher aquela que não era a sua esposa, mas do seu irmão.

Meu irmãos, que arranquem nossas cabeças e, muitas vezes, virem-se contra nós, mas nos coloquemos ao lado da verdade, da justiça e da sensatez. Não percamos a nossa cabeça nem nosso juízo por causa do poder sedutor do mundo. Mas, ao contrário, que a nossa cabeça seja sempre na retidão, na luz de Deus e na verdade!

Deus abençoe você!

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Reflexão do Evangelho de Hoje

Estejamos sempre atentos aos ensinamentos de Deus.
Devemos instruir os nossos para a Palavra de Deus e os ensinamentos deixados pelo Senhor

“Sê corajoso e porta-te como um homem. Observa os preceitos do Senhor, teu Deus, andando em seus caminhos, observando seus estatutos, seus mandamentos, seus preceitos e seus ensinamentos…” (1Rs 2, 2-3)


Seja corajoso e porte-se como um homem que observa os preceitos do Senhor Seu Deus; andando em Seus caminhos e observando Seus estatutos, mandamentos, preceitos e ensinamentos.

Acompanhamos a vida de Davi desde quando era um menino; agora, a Palavra de Deus o coloca diante da morte. A velhice já lhe chegou e ele vive os dias finais da sua vida. A maior herança que Davi tem é o Senhor seu Deus, a quem ele serviu acima da suas fraquezas por todos os dias de sua vida.

A herança que Davi tem para deixar para os seus é o Deus a quem ele serviu. É por isso que ele chama, na sua presença, seu filho Salomão. Já sendo tomado pela fraqueza da idade avançada, da doença e enfermidade, Davi diz, com muito firmeza, compaixão e paixão nos olhos e no coração: “Meu filho Salomão, vou lhe ensinar o caminho que você deve seguir por todos os dias, para permanecer na bênção, graça e no caminho da vida. Meu filho, porte-se como homem, seja um homem acima de qualquer coisa”.

Em outras palavras, não seja um moleque, um desvairado, não haja com falta de juízo, mas tenha muito juízo. Acima de tudo, guarde e observe os preceitos, as leis, os mandamentos e os ensinamentos divinos. Não deixe, meu filho, de observar nenhum desses mandamentos e meditar sobre eles nenhum dia da sua vida. A instrução que agora Davi está ensinando ao seu filho Salomão é a instrução da vida e da bênção, a grande herança que um Pai pode deixar para o filho.

Digo a você para instruir seus filhos para o caminho da vida e mostrar-lhes o quanto este Deus é grande e maravilhoso. Não se preocupe em deixar grandes heranças. O que deixar-lhes, então? Deixe Deus, a herança do Senhor, os preceitos do Pai e a lei divina.

É verdade que nós precisamos, primeiro, amar essa lei, os mandamentos e ensinamentos; amar Deus com todo o nosso coração. Se há algo que vamos deixar para os nossos, e precisamos deixar, é justamente esse amor para com o Senhor.

Salomão ouviu com muita atenção o que seu pai lhe disse, e isso foi o que guiou seus passos, seus caminhos por todos os dias de sua vida.

Queridos pais, não deixe de instruir, ensinar e iluminar seus filhos com a luz da Palavra e dos preceitos divinos.

Deus abençoe você!

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Expostos no Vaticano os corpos de São Padre Pio e de São Leopoldo

Expectativa pela exposição do corpo de Padre Pio no Vaticano


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Cidade do Vaticano (RV) – Contagem regressiva para um dos grandes eventos do Ano Santo. Em 3 de fevereiro, por desejo do Papa Francisco, serão expostos no Vaticano os corpos de São Padre Pio e de São Leopoldo, dois santos confessores. O objetivo é ressaltar o papel do confessor neste Ano da Misericórdia e apresentá-los como exemplos aos Missionários da Misericórdia, os sacerdotes que neste Ano Santo se disponibilizaram para levar o Sacramento da Penitência a todos os lugares.

Grupos de Oração do Padre Pio no Vaticano

“Existe um grande entusiasmo, uma grande expectativa, desde que surgiu a notícia. Tantas pessoas passaram a nos telefonar”, conta Padre Pietro Bongiovanni, Pároco de San Salvatore in Lauro, que num certo sentido, é a “casa romana” do Padre Pio. “Para a audiência de 6 de fevereiro, que será dedicada aos grupos ligados ao Padre Pio, inscreveram-se até o momento mais de 60 mil peregrinos, mas prevemos que este número crescerá - declarou o sacerdote à Agência Ansa - porque sempre existem pessoas que decidem no último momento”.

Padre Pio, que em sua vida fez poucas viagens, acabará realizando, de certa maneira, uma verdadeira peregrinação. Em Roma, seu corpo estará exposto, num primeiro momento, na Igreja dos Capuchinhos, San Lorenzo al Verano. Após, seguirá para a Igreja San Salvatore in Lauro e por fim, a Basílica de São Pedro. A expectativa pela chegada do corpo é tão grande que estão previstas diversas celebrações: no dia 4, na Igreja de San Salvatore, missas às 22 horas, à meia-noite, às 3, 6, 8, 10, 12 e 14 horas.

Referência na espiritualidade

“São quinze anos que acompanho os grupos de oração de Padre Pio, 450 em Roma e no Lácio, e sempre me surpreendo pela resposta que supera também as mais tênues expectativas”. O Padre Pio ainda é um ponto de referência forte para os fiéis. Sua espiritualidade também é referência para grupos de jovens ou Ordens religiosas com aumento nas vocações. “Os jovens querem modelos críveis, não fazem nunca as coisas somente por fazer”, sublinha a este propósito o sacerdote.

Confessores

O traslado dos corpos do Padre Pio e de Padre Leopoldo até Roma nasce da devoção do Papa Bergoglio por estes dois personagens. Estima-se que Padre Pio tenha confessado mais de 2 milhões de pessoas. Padre Leopoldo, da mesma forma, passou grande parte de sua vida dentro do confessionário.

Relíquias em Buenos Aires

A respeito do Padre Pio, em particular, Padre Bongiovanni conta que no ano 2000, juntamente com os responsáveis pela Casa Alívio do Sofrimento (estrutura de saúde em San Giovanni Rotondo, construída por desejo do Padre Pio) levou as relíquias do Santo a Buenos Aires. “Eram os anos da grande crise econômica na Argentina, via-se na rua pessoas revirando lixo em busca de comida, e Bergoglio queria as relíquias como sinal de esperança para o povo. Nos pediu sobretudo para ir às favelas, em meio aos pobres. Me recordo que na missa na Catedral de Buenos Aires havia tanta gente, que muita gente teve que ficar do lado de fora. Mais tarde, o Cardeal Bergoglio nos convidou para ir à sua casa, nos ofereceu chá. Encontramos um homem que depois tornou-se Papa”.

Em 11 de fevereiro, os corpos dos dois Santos deixarão Roma para retornarem a San Giovanni Rotondo, mas antes farão uma parada em Pietralcina, “a cidade onde nasceu, viveu, recebeu pela primeira vez os estigmas. Sei que também lá o estão aguardando com grande entusiasmo”, conclui o sacerdote. (JE/Ansa)
Não percamos o olhar da fé

Sejamos movidos sempre por esse olhar para que a graça de Deus nos acompanhe todos os dias de nossa vida

“E ali não pôde fazer milagre algum. Apenas curou alguns doentes, impondo-lhes as mãos. E admirou-se com a falta de fé deles” (Marcos 6,5-6).
Jesus, no meio dos Seus, no meio de parentes, conhecidos, familiares, na própria cidade onde foi criado e cresceu, não foi bem aceito, bem recebido. Pelo contrário, foi muito questionado, interrogado.

Duvidaram, queriam saber de onde Ele vinha, de onde tinha a sabedoria ou a capacidade para realizar todos os prodígios. Sabe por quê? Porque os Seus olharam para Jesus apenas de uma forma humana, pois Ele era um deles, e não souberam transpor, não souberam ter um olhar de fé, um olhar místico sobre Aquele que era um deles. Era parente, primo, amigo e assim por diante.

Sabe, meus irmãos, nós, muitas vezes, não sabemos distinguir as coisas. Muitas vezes, temos o pai como camarada, o padre como amigo, o “fulano” como alguém já muito íntimo nosso e, às vezes, a liberdade é tão grande que não sabemos distinguir o natural do sobrenatural. A mãe é a mãe por graça, e toda mãe tem uma graça sobrenatural. O pai é o “paizão”, o amigo, pode até ter muitos defeitos, problemas, mas ele tem uma graça sobrenatural de ser pai.

Se eu for falar de cada consagrado, de cada padre, irmão, irmã religiosa… Se eu for falar de cada homem, cada mulher de Deus, de cada pessoa na função que ocupa, vemos que, às vezes, olhamos apenas a aparência humana. Foi dessa forma que olharam para Jesus, e porque olharam para Ele apenas dessa forma, não puderam tocar no essencial que Ele tinha.

A graça, o reino de Deus que se manifestava, passava por Ele e por Ele veio até nós. Eram racionais demais, questionadores demais, por isso, ali, Jesus não pôde fazer praticamente milagre nenhum. Apenas alguns enfermos foram tocados pela Sua graça, e causou espanto em Jesus a falta de fé deles.

Nós podemos ser muito próximos da Igreja, das pessoas da Igreja, do Papa, do padre, do bispo, isso não é problema! O problema é quando vivemos apenas a relação da amizade humana e não sabemos buscar a essência divina naquilo que fazemos.

Não deixe que o grupo de oração se transforme apenas em um grupo de amizade. Não deixe que as suas relações de Igreja sejam apenas relações amistosas para convivência e coisas parecidas. Permita que os encontros sejam verdadeiros encontros com Deus e com Sua graça, senão, daqui a pouco, iremos olhar a fé apenas de uma forma humana e não sobrenatural. E quando não olhamos mais o sobrenatural, nós não captamos, não tocamos e não somos tocados pela graça que vem de Deus.

Não acho que ninguém é melhor do que ninguém, mas quando sei transpor as coisas, absorvo o melhor que a pessoa tem. Quando eu sei respeitar meu pai, minha mãe, sendo grande amigo deles, eu sei captar a graça que eles podem transpor para a minha vida.

Que nós não percamos o olhar da fé, mas sejamos movidos sempre por esse olhar, para que a graça de Deus nos acompanhe por todos os dias de nossa vida!

Deus abençoe você!

terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Reflexão do Evangelho de Hoje

Entreguemos nossos filhos aos cuidados do Senhor.

Se nós quisermos famílias abençoadas, precisaremos fazer da entrega e consagração um ato constante em nossa vida.

“Maria e José levaram Jesus a Jerusalém a fim de apresentá-lo ao Senhor” (Lucas 2,22).


O Menino Jesus tinha apenas 40 dias quando Seus pais O levaram ao templo. Para cumprir a lei, a prescrição judaica, Ele foi apresentado e consagrado ao Senhor.

Essa é a tarefa de um pai, de uma mãe, que vão não somente cumprir uma lei, uma prescrição, mas, de fato, entregar o Menino a Deus para que o Senhor conduza Seus caminhos. Isso fazia parte da tradição judaica.

Permita-me dizer: parece que levamos nossas crianças para serem batizadas, consagradas a Deus por causa da tradição. No entanto, não podemos fazer do batismo apenas uma questão de preceito, mas sim uma entrega de vida, a entrega de nossos filhos, de nossas crianças, para que sejam de fato consagrados a Deus. É preciso que eles sejam apresentados ao Senhor todos os dias de nossa vida.

O batismo é uma ocasião por excelência, é um sacramento. Como seria bom se cada um dos nossos pais, cada um dos padrinhos escolhidos, fizessem isso com tanto amor, reverência e o fizessem realmente em espírito de oração! Que não se preocupassem tanto com o bolo, a festa e recepção, mas sim com a graça do sacramento.

Eu digo mais: como seria bom se as mães, que esperam a criança em seu ventre, juntamente com os pais, colocassem a mão na barriga e consagrassem seu filho a Deus! Entregue seus filhos ao Senhor!

Quando eu digo para consagrarmos os nossos a Deus, não é porque eles precisam ser padres ou freiras – oxalá os que forem chamados, escolhidos, que assim o sejam! –, mas o mais importante é que eles sejam de Deus.

É muito importante que os nossos filhos, assim como Jesus, cresçam e se fortaleçam na sabedoria e na graça de Deus. Para crescer em sabedoria, fortaleza e graça, é preciso estar, todos os dias, na presença do Senhor. Você quer consagrar sua casa, seus filhos a Deus? Em primeiro lugar, tenham o costume de orar juntos. Desde pequenos, acostume seus filhos à oração. Que não seja uma oração pesada, enfadonha, mas sim um momento abençoado, único.

Você quer consagrar sua família a Deus? Que ela se lembre, pelo menos, de rezar em torno da mesa. Quantas vezes os nossos comem de qualquer jeito, não fazem sequer o sinal da cruz. Se nós queremos famílias abençoadas e consagradas, precisamos fazer da entrega e consagração um ato constante em nossa vida.

Precisamos trazer Deus para dentro de nossa casa. Sabe pai, sabe mãe, criar filhos, nos dias de hoje, não é fácil. Talvez seja a tarefa mais difícil da humanidade, mais difícil até que encontrar a cura para tantas doenças. Não é uma tarefa impossível, mas se com Deus já é difícil, sem Ele é praticamente impossível.

Entreguemos nossos filhos aos cuidados do Senhor!

Deus abençoe você!

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Reflexão do Evangelho de Hoje

Testemunhemos o amor de Deus por nós

Não deixemos de ser testemunhas do amor de Deus, da libertação e restauração que Ele opera em nossas vidas

“Jesus lhe dizia: ‘Espírito impuro, sai desse homem!’” (Marcos 5, 8)
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Olhando a cena do Evangelho de hoje, no início parece até um filme de terror, porque são tantos acontecimentos fortes, violentos que vem à nossa imagem. Saindo da barca, Jesus encontrou um homem possuído por espírito impuro que vivia dia e noite num cemitério. Lá, ele vivia atormentado, gritando, ninguém conseguia segurá-lo e amarrá-lo; ele vivia no meio dos túmulos.

Jesus foi movido por uma profunda compaixão e, ao aproximar-se desse homem, os espíritos começaram a gritar: “Saia daqui! Afaste-se de nós, Jesus de Nazaré! Sabemos quem tu és”.

Os espíritos impuros sacodem nossa alma, tiram nossa liberdade e paz interior, deixam-nos agitados, nervosos, preocupados e tensos. Esses espíritos sabem quem é Jesus, por isso a agitação se torna maior.

Muitas vezes, quando estamos muito atormentados e queremos nos aproximar de Deus, há uma certa compulsão ou repulsão interior para não aceitar, não acolher a graça, porque sabemos que quando a graça vem, ela ferve e coloca para fora o espírito mau e impuro que está agitando e sacudindo nossa vida.

Permita-me dizer ao seu coração: deixe Jesus sacudir os espíritos impuros, colocar para fora aquilo que vive o atormentando, tirando sua paz interior, aquilo que não lhe deixa dormir e ter paz.

A ação libertadora de Jesus, na vida desse homem, foi tão profunda, que a paz interior começou a habitar em seu coração e ele desejava segui-Lo. Jesus disse: “Vai testemunhar! Volta para a sua casa, para sua família e testemunha aos seus o que te aconteceu!”.

Sabe, meus irmãos, muitas vezes queremos seguir Jesus. Alguns de nós podem até segui-Lo de perto, fazer parte de alguma companhia de pesca, mas o maior seguimento de Nosso Senhor é testemunhar para o mundo aquilo que Jesus fez e faz em nossa vida!

Não deixemos de ser testemunhas do amor de Deus, da libertação e restauração que Ele opera em nossas vidas. Deixemos que realmente isso aconteça dentro de nós. Não basta irmos atrás de Jesus se não O deixamos entrar em nós e nos libertar de tudo que nos aprisiona neste mundo.

Precisamos testemunhar, em nossa casa, em nossa família e por onde andamos, que Deus é maior em nossa vida!

Deus abençoe você!

domingo, 31 de janeiro de 2016

Reflexão do Evangelho de hoje

Acolhamos o ensinamento do próximo

Não despreze seu pai, sua mãe nem aqueles que estão próximo de você, porque eles têm sempre algo a nos ensinar

“Em verdade eu vos digo que nenhum profeta é bem recebido em sua pátria” (Lucas 4, 24).


Jesus estava exercendo Seu ministério público, atuando no meio do povo, anunciando o Reino de Deus, curando, libertando e fazendo a graça do Pai acontecer. Nem sempre Ele era bem recebido e aceito, sobretudo entre seus conhecidos e parentes. Conheciam Jesus desde pequeno, conheciam Sua humanidade; e quando conhecemos uma pessoa desde muito cedo, nós o tratamos como um de nós; algumas vezes, até como menos do que nós.

Escutamos o conselho de todo mundo, menos da mãe e do pai. Damos atenção para todos, menos para o irmão da própria casa. Gostamos demais do padre da outra comunidade, e só enxergamos os limites do nosso padre e do nosso pastor. Muitas vezes, valorizamos o que é de fora e não sabemos valorizar a riqueza de dentro; assim, desprezamos uns aos outros, porque não sabemos colher e acolher o bom de quem está ao nosso lado.

Meu filho, escute seu pai e sua mãe. Por mais defeitos, limites e fragilidades que possam ter, eles são os profetas da sua casa. “Ah, meu pai é desse jeito!”. Relativize, dê desconto, peneire o que não edifica e fique com o que é bom. Não despreze seu pai e sua mãe, aqueles que estão próximos de você, porque o outro eles têm sempre algo a ensinar, estão ao nosso lado!

Precisamos apanhar na vida para aprendermos a ter juízo. Escutamos, nossa vida inteira, nossa mãe nos ensinar, mas, como era a mãe falando, ficávamos bravos, pulávamos, esperneávamos; mas, depois que apanhávamos da vida, damos valor à palavra de nossos pais. A nossa memória nos diz: “Bem que a minha mãe falou!”.

Que aprendamos, hoje, o que muitos judeus não aprenderam: não souberam acolher os profetas da própria terra, da própria casa. Que saibamos acolher os que estão próximos de nós e fiquemos com a sabedoria que vem do coração de cada um!

Deus abençoe você!

sábado, 30 de janeiro de 2016

Ano da Vida Consagrada na arquidiocese será concluído com Missa e confraternização

PASCOM AOR

Religiosos têm encontro marcado neste sábado, 30 de janeiro. O motivo é a conclusão do Ano da Vida Consagrada na Arquidiocese de Olinda e Recife. A programação começa com caminhada às 17h. A concentração será na Igreja Santíssimo Sacramento, na Boa Vista, área central da capital pernambucana. O percurso será finalizado na Basílica Nossa Senhora do Carmo, situado no bairro de Santo Antônio, onde o bispo auxiliar e vigário episcopal para a Vida Religiosa e Consagrada, dom Antonio Tourinho, presidirá Celebração Eucarística. A Ação de Graças contará ainda com momento de convivência e confraternização após a Missa.

Consequências dos meus pecados...

Tenhamos a humildade de reconhecer nossos pecados

Muitas vezes, comemos os frutos amargos da vida, porque eles são consequências dos nossos erros e pecados não reparados

“De sua parte, o Senhor perdoou o teu pecado, de modo que não morrerás! Entretanto, por teres ultrajado o Senhor com teu procedimento o filho que te nasceu morrerá” (Sm 12, 13-14).


Estamos acompanhando, nestes dias, na Palavra de Deus, a bela história de Davi, que é para nós modelo de humanidade que se abre para a graça divina. Davi foi bem visto, querido por Deus desde sua mocidade pela simplicidade e humanidade, pois o Senhor não olha as aparências, mas o coração.

Davi foi crescendo aos olhos de Deus e dos homens, foi ficando cada vez mais querido em Israel. Vimos como ele se tornou rei de Israel e, até hoje, para a história do povo eleito, não houve um rei mais importante e querido do que ele. Davi, no entanto, pecou, falhou, foi humano.

Não vamos, hoje, apenas tratar dessa humanidade de Davi, mas a maneira como se enveredou pelo pecado. Primeiro, o pecado da cobiça, pois ele desejou a mulher do próximo. Não foi só o fato de tê-la cobiçado enquanto tomava banho, mas por deixar o sentimento crescer em seu coração. Ele a desejou, foi atrás dela e juntou-se à mulher que não era dele.

Uma vez que pecou, juntou-se um pecado com mais outro, e Davi deu um jeito de eliminar o esposo daquela mulher. Ele mesmo planejou a morte, deu um jeito de colocá-lo à frente da batalha, porque logo iria morrer, e assim o fez.

Davi achava que ninguém havia visto seu mau procedimento, por isso fingiu que nada havia acontecido. Quando Natã foi até sua casa e contou-lhe uma parábola, Davi agiu com veemência diante do mau procedimento, a partir da parábola contada por Natã.

Natã disse: “Esse homem és tu!”. A partir disso, Davi caiu por terra e tomou consciência de que havia pecado gravemente contra o Senhor.

Sabe, meus irmãos, muitas vezes cometemos erros, traquinagens e maldades; agimos mal em relação ao outro e chegamos a dizer: “Ninguém está vendo o que estou cometendo!”. Como se Deus não fosse ninguém, como se diante d’Ele pudéssemos fazer tudo e depois dizer: “Perdoe-me, Senhor!”.

Deus não nos nega o perdão, mas não podemos ser sem vergonha na vida, porque o nosso mau procedimento está à nossa frente. Não precisamos acusar ninguém, mas tomar consciência do que fazemos, sobretudo, se prejudicamos o nosso próximo.

O pecado de Davi foi grande, porque prejudicou gravemente alguém, e ele simplesmente fingiu que nada havia acontecido. Nós, muitas vezes, falamos mal, procedemos mal, julgamos, condenados, espalhamos coisas negativas em relação ao próximo e ferimos o direito do próximo sem tomarmos consciência da gravidade dos nossos erros.

Que não diminuamos o grau da nossa consciência e retidão, e que sejamos honestos com nós mesmos, com Deus e com o próximo. O Senhor não condena ninguém. Muitas vezes, comemos os frutos amargos da vida, porque eles são consequência dos nossos erros e pecados não reparados.

Davi humilhou-se profundamente na presença de Deus e arrependeu-se de seus pecados. Que a humildade de Davi caia sobre nossos corações, para que tenhamos a humildade de reconhecer os nossos próprios pecados.

Deus abençoe você!

sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Cultivemos a semente do Reino em nosso coração

A semente do Reino chega com força em nosso coração, mas precisa ser regada, cultivada, cuidada e tratada

“O Reino de Deus é como quando alguém espalha a semente na terra. Ele vai dormir e acorda, noite e dia, e a semente vai germinando e crescendo, mas ele não sabe como isso acontece” (Marcos 6, 26-27).


A sabedoria divina ensina-nos a olhar os fatos, os acontecimentos dos tempos e da vida, aprender a lidar com a nossa natureza humana. É por isso que Jesus usa de muitas parábolas para explicar, por meio da vida e da natureza, como o Reino de Deus se manifesta entre nós e como devemos proceder em nossa vida.

O Reino de Deus não acontece de forma ostensiva, ninguém se converte da noite para o dia, ninguém muda de vida de uma hora para outra. Há um momento em que a semente do Reino chega com força em nosso coração, mas ela precisa ser regada, cultivada, cuidada e tratada. E vai crescer ao seu tempo, vai florescer e dar seus frutos.

É preciso saber que tudo tem o tempo de espera e paciência. Imagine a criança que sai do ventre de sua mãe, tão pequena e frágil, e um dia se tornará um grande homem ou uma grande mulher. Que dedicação é preciso ter para cuidar a cada dia, alimentar a cada momento, esperar o tempo! Ele (o bebê) não anda, mas vai andar; não fala, mas vai aprender. Tudo tem seu tempo, tudo é cuidado para que no tempo os frutos aconteçam.

Sabe, muitas vezes, em nossas comunidades e igrejas, queremos que o recém convertido, que conheceu Jesus ontem, fale a todos, seja um modelo. Calma! Ele está conhecendo Jesus. O tempo e a paciência vão ajudar que ele floresça.

Todos nós passaremos por mudanças, sejam elas pequenas ou grandes; se soubermos passar por elas, vamos amadurecer e ser árvores frutíferas no Reino de Deus!

Olhai para árvores que estão ao nosso lado, elas passam pelo inverno, pela secura do verão e do outono, pela beleza da primavera. As árvores enfrentam tempestades, excessos e vigores da natureza, para se tornarem árvores grandes e frondosas.

Assim é a vida, o Reino de Deus cultivado com paciência e espera; ao seu tempo, ele dará frutos. Que saibamos viver cada tempo, esperar e, no Reino de Deus, evitar a ansiedade de querer tudo pronto, que tudo aconteça. Nosso papel é deixar a semente ser semeada, para que, no seu tempo, ela dê seus frutos.

Deus abençoe você!