Dicas pra manter a saúde vocal
Em nossas “andanças” pelo Brasil por conta da missão, muitas pessoas no
, mesmo sem
ter vontade ou não gostando muito; além de hidratar o corpo todo, as pregas
vocais também serão hidratadas.
Em nossas “andanças” pelo Brasil por conta da missão, muitas pessoas no
abordam com a seguinte pergunta: O que vocês fazem pra ter o mínimo de saúde vocal? Vocês viajam quase todo fim de semana fazendo show… Vocês não ficam roucos não cantando o fim de semana todo?!
É verdade… são muitas viagens, às vezes pouco descanso, sono prejudicado, um show atrás do outro. Mas dá pra manter a saúde vocal com práticas básicas e simples, que com toda certeza vão ajudando a gente a cumprir a missão sem a comprometer “taaanto” assim.
É verdade… são muitas viagens, às vezes pouco descanso, sono prejudicado, um show atrás do outro. Mas dá pra manter a saúde vocal com práticas básicas e simples, que com toda certeza vão ajudando a gente a cumprir a missão sem a comprometer “taaanto” assim.
1- Sempre beba água
2- Procure dormir bem e o necessário pro seu corpo e voz
descansarem
. Tem gente que com 6 ou 7 horas de sono se refaz
e está pronto pra mais um dia animado. Se você não tiver como dormir uma noite
toda, aproveite o tempo que você tiver e descanse. Dormir é sim um santo
remédio, e pra voz é um excelente recurso na recuperação após uma rouquidão,
por exemplo.
3- Evite antes de cantar comer
chocolate,
doces, comidas gordurosas ou ácidas, tomar leite, iogurte, refrigerante e
bebidas alcoólicas. Esses alimentos podem provocar refluxo que afetam e muito a
faringe, laringe e pregas vocais, como também “engrossam” a saliva, fazendo com
que seja mais difícil manter a afinação.
4- Evite abusos vocais
, como falar
alto, falar demais, fazer vozes que não são a sua (como por exemplo imitar voz
de bebê quando se brinca com uma criança), cochichar ou dar gritos
desnecessários antes de cantar. É importante o silêncio pra assegurar a
qualidade da voz nas apresentações.
5- E por fim, NUNCA cante sem aquecer a voz.
Como se
costuma dizer, cantar é um exercício e suas pregas vocais precisam ser
“avisadas” que irão entrar em atividade; Faça o aquecimento no mínimo meia hora
antes da atividade acontecer.
Essas dicas, como disse, são básicas mesmo e caso você
detecte ou desconfie de algum problema com sua voz, procure um profissional,
como Fonoaudiólogo ou Professor de Técnica Vocal o quanto antes. Sua voz, seu
ministério e a evangelização agradecem!
Ministério Música Arcanjo Miguel
O que é SER um Ministério de Música e um Ministério de Animação e como Viver este DOM.
O que é um Ministério de Música?
O Ministério de Música é um instrumento de
Deus posto a serviço da comunidade para atrair os homens.
Seu principal propósito é administrar o
Amor, a Palavra e o Espírito de Deus ao seu povo. Com a música e o canto se
pode evangelizar, ensinar, inspirar, alentar, profetizar, e é vital na
adoração a Deus; por isso, o Ministério de Música deve receber uma atenção
cuidadosa.
O
que é o Ministério?
O Ministério da Música é, em si, a alegria
das assembléias. As pessoas gostam de cantar e Deus gosta que elas cantem,
porém, é algo mais que entoar um canto, por mais bonito que este seja, é ver
o Espírito de Deus amando e formando o homem, transformando-o em criatura
nova, moldando-o à imagem de Jesus Cristo. Com os cantos, Deus chega ao
coração humano para falar-lhe e atraí-lo para Ele; Deus usa os cantos para
dar consolo, esperança, gozo, amor e paz. E o homem usa o canto para dar-lhe
glória, louvá-lo, para agradecer-lhe, pedir-lhe que, como Ele, outro Deus não
há.
Um Ministério de Música é formado por
pessoas que:
-
encontram-se com Deus;
- converteram-se a Ele; - freqüentam os sacramentos; - conhecem a Palavra de Deus; - dão testemunho de vida; - vivem uma relação pessoal com Deus, na oração e com os homens na comunidade; - formam Igreja; |
O papel do
ministro de música na Igreja
O
Ministério de Música pode ser definido de duas formas. A primeira delas: a ponta da lança.
O Ministério de Música é a ponta da lança, em todos os eventos e até mesmo na Santa Missa, ele precede a pregação e as leituras; é o canto que abre os corações. Por isso, por ser a ponta da lança - ou cumprir este papel - o ministro de música deve estar preparado para exercer a sua função. Quais são as formas que conhecemos para preparar-nos? A Eucaristia e a Confissão. É através da Confissão, pelas mãos do sacerdote, que somos perdoados e nos reconciliamos com Deus. E é através da Eucaristia que chegamos à intimidade com Deus, é através d'Ela que O recebemos e O sentimos em nosso ser. Sem essas duas armas, o músico não está preparado para exercer o seu ministério.
O Ministério de Música é a ponta da lança, em todos os eventos e até mesmo na Santa Missa, ele precede a pregação e as leituras; é o canto que abre os corações. Por isso, por ser a ponta da lança - ou cumprir este papel - o ministro de música deve estar preparado para exercer a sua função. Quais são as formas que conhecemos para preparar-nos? A Eucaristia e a Confissão. É através da Confissão, pelas mãos do sacerdote, que somos perdoados e nos reconciliamos com Deus. E é através da Eucaristia que chegamos à intimidade com Deus, é através d'Ela que O recebemos e O sentimos em nosso ser. Sem essas duas armas, o músico não está preparado para exercer o seu ministério.
A
outra definição de ministro de música é:
"aquele que faz rezar".
Se um
ministro de música, diante de uma assembléia de cinco mil pessoas, conseguir -
com seu canto - levar uma pessoa à conversão ou fazer com que ela renove o
gosto pela oração, ou que ela imediatamente comece a orar, a sua missão,
naquele dia, está cumprida! Com a suavidade do canto, ou com a humildade ao
ministrar, o ministro é capaz, sim, de levar uma pessoa de volta para Deus. E a
música tem justamente esta característica: ela FICA NA MEMÓRIA, tanto que,
quantas vezes, nos surpreendemos com aquela música que "não sai da nossa
cabeça"?
“A ninguém damos qualquer motivo de
escândalo, para que o nosso ministério não seja criticado. Mas em todas as
coisas nos apresentamos como ministros de Deus, pôr uma grande constância nas
tribulações, nas misérias e nas angústias…” 2Cor 6,3-4
São Paulo mostra aos coríntios que ele não dava motivo para ser causa de
escândalo a ninguém, pois ele se apresentava como “Ministro” de Deus. Era nos
momentos de angústia e tribulação que ele mais parecia ser ministro de Deus,
pois então perdia o apóstolo sua aparência, para assim se parecer com Cristo
Jesus, a quem ele representava onde ia. É essa a primeira característica do
Ministro de Deus: ele assume a identidade de ministro, passa a
ser conhecido pôr ministro.
Portanto,
ser ministro de música é algo mais sério do que, vez pôr outra, pegar um violão
e “animar” um grupo ou uma liturgia. O ministro que responde um SIM consciente
ao chamado de Deus exerce seu ministério com o máximo de zelo. Ele procura
esmerar-se ao máximo para poder melhor servir. Em primeiro lugar preocupa-se
com sua conversão, esforça-se e busca a graça de Deus. Depois investe na
técnica, que é também necessária.
O músico torna-se um verdadeiro discípulo quando seu carisma é
colocado à disposição dos desígnios de Deus. É o confidente da
vontade divina (Am3,7). A palavra de Deus foi colocada em sua boca. Esta é a
diferença entre o verdadeiro e o falso discípulo: o primeiro possui a palavra
de Deus, o segundo não possui mais que sua própria voz. O verdadeiro discípulo
também se distingue pelo seu zelo ministerial. O MELHOR
SEMPRE É PARA DEUS!
A Sagrada Escritura nos ensina que o ministério de música
é algo antigo e que foi instituído na casa de Deus através do Rei Davi. Ela nos
mostra também como o ministério deve ser organizado e conduzido e de que forma
a música serve de auxílio indispensável aos demais ministérios como cura e
libertação, profecia, animação e coordenação. Eis alguns dos eloqüentes
exemplos que nela encontramos.
I
Sam 16,23 : “E sempre que o espírito
mau, permitido por Deus acometia o rei Saul, Davi tomava a harpa e tocava. Saul
acalmava-se, sentia-se aliviado e o espírito mau o deixava”. Vemos neste texto Saul atormentado por
espíritos malignos, e libertado pela música ministrada por Davi com sua harpa.
O ministério de música é aqui usado em seu aspecto libertador e curador, o que
demonstra o seu grande poder e o auxílio que presta ao ministério de cura e
libertação.
Rs
3,1 4-18 : “Eliseu disse:
‘trazei-me um tocador de harpas.’ Apenas fez o tocador vibrar as cordas, veio a
mão do Senhor sobre Eliseu… e ele profetizou dizendo: ‘Ele também vai entregar
Moab em suas mãos.’” Nesta passagem nos
deparamos com o fato de que Eliseu, embora fosse um grande profeta, ter
precisado que o ministro de música viesse com a sua harpa tocar. Isto abriu
espaço para o Espírito Santo inundar o profeta e levá-lo a profetizar a vitória
do povo de Israel sobre o povo de Moab.
Este fato nos leva a perceber com é fundamental o auxílio
do ministério de música ao da profecia. Por isso todas as vezes que nos grupos
de oração, assembléias e reuniões comunitárias há música e louvores no Espírito
os corações se abrem com maior facilidade para o dom da profecia e o Senhor
pode então falar ao grupo e dirigi-lo. O ministério de música está, assim,
estreitamente ligado ao ministério de profecia que, além de ser preparada e
estimulada pela música, pode também ser expressa em forma de profecia cantada.
I
Cor 15,16-22 : “Davi disse aos chefes
dos levitas que estabelecessem seus irmãos como cantores com instrumentos de
música, cítaras, harpas e címbalos, para que sons vibrantes e alegres se
fizessem ouvir. Os levitas constituíram Hemã, filhos de Joes, e dentre seus
irmãos, Asaf, filhos de Baraquias… Zacarias, Osiel, Semiramot, Jaiel, Ani,
Eliab… os porteiros. Os cantores Hemã, Asaf e Etã, tinham címbalos de bronze…
Zacarias, Osiel, Semiramot… tinham cítaras em soprano…”
Ao ler este texto poderíamos
perguntar para que tantos nomes e para que tantas especificações. Na verdade,
tudo isto é de fundamental importância pois nos ensina que o ministério de
música era, para os levitas e para Davi, algo organizado e definido. Este texto
mostra que não era algo improvisado, formado na hora da necessidade, com
pessoas que se encontrem por perto e cantem bem, como, infelizmente estamos
acostumados a ver em muitos dos nossos grupos. O ministério de música deve ser
planejado, estruturado, ungido e enviado. Deus quer hoje suscitar em todos os
grupos e comunidades pessoas que realmente, como na época de Davi, se dediquem
a este ministério; pessoas encarregadas do cântico na casa de Deus.
Outra
coisa importante que não podemos deixar de falar: o ministro de música é tão
importante quanto o liturgista. Continuamente temos que lutar para que não
faltem músicos nas nossas missas. Se assumimos um dia da semana para tocar,
faça chuva ou faça sol, o músico tem que comparecer, a menos que se trate de
situação grave (enfermidade, falecimento na família, etc.). Ainda assim outro
ministro de música deve ser comunicado!
Ser Ministério de Música não é só apenas tocar e animar as
missas, Deus espera e quer mais, mais de você individualmente, e mais da sua
equipe. Devemos estar sempre prontos e preparados, pois cada dia vai ser mais
difícil. Agora não basta apenas "tocar ou cantar", devemos "tocar para curar",
"tocar para salvar", tocar com as mãos, tocar com o instrumento,
com a voz.
O ministério de música nos grupos e assembléias precisa crescer nesta forma de oração: “cantar com os salmos”. Uma vez que os salmos são um excelente método de oração e não são escritos para serem lidos e sim para serem orados, o ministro de música pode conduzir a assembléia a cantar os salmos. Como fazer? A melhor maneira é escolher o salmo que a Igreja indica para aquele dia, pois assim se ora com toda a Igreja de Deus. O ministro da música pede ao Espírito Santo que sopre uma melodia e começa a cantar o salmo. Daí cada um segue cantando com a canção que o Espírito lhe inspirar. Esta maneira de orar é algo tão do agrado de Deus que nós vemos no Evangelho de Mc 14,26: “Terminado o canto dos salmos, saíram para o Monte das Oliveiras”. Não podemos deixar de utilizar esta forma de louvar a Deus, adotada pelo próprio Jesus e seus discípulos.
O ministério de música nos grupos e assembléias precisa crescer nesta forma de oração: “cantar com os salmos”. Uma vez que os salmos são um excelente método de oração e não são escritos para serem lidos e sim para serem orados, o ministro de música pode conduzir a assembléia a cantar os salmos. Como fazer? A melhor maneira é escolher o salmo que a Igreja indica para aquele dia, pois assim se ora com toda a Igreja de Deus. O ministro da música pede ao Espírito Santo que sopre uma melodia e começa a cantar o salmo. Daí cada um segue cantando com a canção que o Espírito lhe inspirar. Esta maneira de orar é algo tão do agrado de Deus que nós vemos no Evangelho de Mc 14,26: “Terminado o canto dos salmos, saíram para o Monte das Oliveiras”. Não podemos deixar de utilizar esta forma de louvar a Deus, adotada pelo próprio Jesus e seus discípulos.
Consagrado deve ser você, ministro de música, e seu
instrumento de guerra, para que na hora da batalha, o inimigo se distancie de
você, ficando com o espaço aberto para curar o coração das pessoas,
aproximá-las de Deus, através dos simples e belos toques dos acordes dos
instrumentos, das suaves vozes, tudo isto saindo de dentro do seu coração,
passando pelo seu instrumento de guerra, e com o poder de Jesus, curar o
coração das pessoas que estão com as feridas abertas.
Não se pode brincar mais de Ministério de Música, brincar
com violões, teclados, bateria... Fazer do seu instrumento um passatempo diante
de Deus. Se "apresentar" ou dar "show" nas missas e
celebrações. Seu ministério está perdendo tempo, você está perdendo seu tempo
se age assim, se ministra assim. O tempo é curto e valioso, não há tempo a
perder, corações esperam ser resgatados, chega de brincadeira e comece a
trabalhar sério, trabalhar com Jesus.
Espiritualidade
no ministério de música
O músico de Deus precisa se
preparar antes de seguir em missão. A oração é um combate que travamos consigo
mesmo e contra as forças do mal, é através dela que o Senhor nos dará a direção
que devemos seguir. A falta de oração é igual à decadência espiritual, crise e
morte no ministério e, por isso deve ser a primeira tarefa do músico cristão.
Somente pela oração, sacramentos, adoração e leitura da palavra o músico se
sentirá em comunhão com Deus. Nesta comunhão vai perceber que não fará nada
sozinho, pois tudo será por graça, força e iniciativa de Deus.
O papel do coordenador é muito importante quanto à espiritualidade do grupo, pois é ele quem deve procurar momentos e meios dinâmicos para rezarem juntos. Se o líder deseja que o ministério seja ungido na missão, então precisa saber que o endereço da unção está na vida de oração.
Não queremos ser apenas profissionais da música, mas homens e mulheres que vivem uma experiência pessoal com Deus e partilham esta mesma experiência com as pessoas que encontramos na nossa caminhada. Pessoas que chegam até nós porque acreditam que as levaremos para mais perto de Deus através da nossa canção, mas, o que se pode esperar de um ministério que toca maravilhosamente bem, mas não procura uma harmonia com o “Maestro e Autor” da música que vem do céu?
Antes de músicos, Deus procura pessoas que o adorem em espírito e em verdade, pessoas fortes, não na inteligência ou no “braço”, mas no coração aberto e no joelho dobrado no chão, e desta forma estaremos atentos e sensíveis à voz do seu Espírito, pois é Ele quem rege a nossa missão e canção.
O perfil do ministro
de música
“…
tenha visto um filho de Jessé, o belemita, que sabe tocar e é um valente
guerreiro, fala bem, e é de bela aparência e Iahweh está com ele”. (I Sm 16,
18)
O ministro de música, antes de tudo,
deve ser um homem de Deus. Deve ter uma vida reconciliada com Deus e os homens
em vista da missão dada por Ele mesmo: evangelizar com a arte musical. Deve ser
como Davi, que além de tocar era um valente guerreiro que falava bem e de boa
aparência, no entanto o mais importante era que o SENHOR estava com ele: ele
era um homem de Deus.
Quando se fala de perfil do ministro, está se falando do pensamento do
ideal para o serviço, que se constrói na vida cotidiana. Assim, enumeramos o
que vem a ser luz e motivação diante do que Deus quer realizar:
1-
Silêncio
“… um tempo para falar e um tempo para calar”. (Eclo 3,7)
O ministro
de música precisa valorizar devidamente o silêncio dentro do seu ministério,
sabendo discernir quando e como fazê-lo, este momento não deve ser infecundo,
mas fecundo, pois é exatamente neste silêncio que Deus o visita e irriga a
semente que Ele plantou; a postura adequada é de escuta e acolhimento ao que
Ele plantou, a postura adequada é de escuta e acolhimento ao que Ele tem para
dar.
É
importante o silêncio no ministério, mas também é importante o silêncio do
ministro de música, é sobretudo o próprio ministro que deve saber o tempo de
calar e o tempo de ação, canto, evangelização.
Muitas
experiências com Deus se dão no silêncio que se faz em Sua Presença e
Majestade, vemos então a importância do silêncio, pois se há experiência há
testemunho, e qual seria o sentido de ministrar música se não sou testemunha?
Se no meu canto não há verdadeira evangelização? Tudo parte do meu silêncio
orante diante de Deus e então começa a verdadeira missão, fundamentada na
Vontade de Deus.
2-
Obediência
“Eu sou a serva do Senhor: faça-se em mim segundo a tua palavra”.(Lc 1,38)
Os que por
Deus são chamados a serem ministros de música recebem com este chamado graças
que o capacitam a corresponder esse chamado, dentre elas a obediência.
O que é a
obediência do ministro de música senão fazer a vontade de Deus? Um músico
eleito não faz mais a sua vontade, mas a de Deus, a não ser que sua vontade
coincida com a de Deus… Mas sabemos que nem sempre é assim, então Deus nos
concede a graça para que se possa ser fiel a Ele.
Na verdade
não existe ministro de música não obediente, pois ser ministro de música não é
uma escolha do músico, mas de Deus, e se o músico diz Sim ele correspondeu ao
chamado Divino, em outras palavras: obedeceu.
A primeira
pessoa a quem o ministro de música deve obediência é a Deus. As pessoas que
devemos obedecer são na verdade, Mediadores da autoridade concedida por Deus.
Devemos obediência as nossas autoridades, não por elas mesmas, mas porque a
elas foi dada a missão de representarem a Deus.
O músico
deve ser atento a sua vivência da obediência, pois Deus lhe chama
constantemente a obediência para ser feliz, na oração pessoal, na leitura de
Sua Palavra, na Eucaristia ou através da mediação das autoridades constituídas
por Ele, de uma maneira muito especial, as autoridades eclesiásticas, mas
também o coordenador do ministério, por exemplo.
A
obediência é uma grande fonte de bênçãos, eficaz instrumento que o Senhor
utiliza para purificar a nossa vontade nos tornando livres para seguir Jesus
Cristo. (cf. ECCSh 131).
a eficácia
de uma evangelização depende totalmente da obediência, sem a obediência tocar
ou cantar será em vão, de nada valerá…, pelo menos para nós, embora
parcialmente edifique os outros.
3-
Profissionalização
Além de
uma necessidade e de ser vontade de Deus, a profissionalização é uma fonte de
eficiência diante do empenho que é exigido no serviço, não deixando, de exigir
um empenho próprio para conquistá-la, com entusiasmo e perseverança. É muito
importante ressaltar que ela está abaixo do amor a Deus, não pode ser
prioridade quando não há vida concreta de oração, pois será um simples sinal
deste amor.
Na velha
batalha entre a vida espiritual do ministro e o seu desejo de progresso, no
tocar ou no canto, que só será verdadeiro se for fruto do progresso interior,
pode-se dizer que profissionalizar-se é viver um dos aspectos necessários no
cumprimento da missão própria do ministro de música, afinal Deus fará na
humanidade do servo a aptidão natural aperfeiçoada pelo conhecimento, estudo
técnico, cuidados básicos com os devidos instrumentos utilizados, desde a
bateria até as cordas vocais.
Haja,
contudo, um cuidado quando se busca a técnica, com a influência de
instrutores(as) de música que tenham, além de uma visão, uma vida ou ideologia
não evangélica, especialmente na área específica da qual estamos tratando. Isto
para que não haja quebra de uma reta intenção do coração, muito menos a direção
que deve tomar o ministro no seu serviço. Se a técnica é instrumento de desvio,
melhor seria operar a graça na “fraqueza” do servo. Ser um profissional no
Reino pede uma maturidade e uma abertura para que Deus continue sendo o centro
das opções e da vida do músico.
4-
Humildade
O humilde,
pousa os olhos no Senhor: “Tu sois Santo, Tu sois Altíssimo.” Sabe que por si
só nada tem e nada é; reconhece imediatamente o bem que em si existe e as
qualidades que possui, mas tem sempre em mente a expressão: Que tens tu que não
tenhas recebido? E, se o recebeste, por que te glorias como se não o tivesses
recebido? (I Cor 4,7); humilha-se no reconhecimento do seu próprio nada e da
sua absoluta dependência de Deus, e mantém-se no lugar que lhe compete.
O humilde
vê com clareza que tudo recebeu de fora, tanto na ordem da natureza: vida,
corpo, inteligência, talento, saúde e força, olhos, membros, etc; como na ordem
da graça. “Deus produz em nós o querer e o agir”(Fil 2,13), “não que por nós
mesmos sejamos capazes de pensar coisa alguma, porque a nossa suficiência vem
de Deus”(II Cor 3,5); nenhum pensamento, nenhuma decisão salutar, grata a Deus,
nenhuma obra boa, nem mesmo a mais íntima, nenhuma oração. Nenhum ato de fé ou
de caridade provêm do servo nem pode-se tomar completamente para si.
Mesmo a
cooperação com a graça, o fato de não se abusar dela e de se lhe corresponder
inteiramente, é fruto da ação de Deus na vida do ministro. Quão exatas são as
palavras do Apóstolo: “Que tens tu que não tenhas recebido?” Nada,
absolutamente nada!
Ele sabe,
todavia, que há algo exclusivamente do homem: o pecado. O humilde sabe muito
bem que, abandonado a si mesmo, só disso é capaz: de pecar. Se não caiu ainda
nestes ou naqueles pecados, não o deve a si mesmo, mas unicamente a Deus que,
na sua infinita misericórdia, o preservou: isolado não teria podido
defender-se. Como o publicano do Evangelho, reconhece-se pecador, e indigno de
levantar os olhos ao céu, indigno da estima e do afeto dos homens; merecedor de
ser tratado apenas como é: um pecador.
É dizer
como São Francisco: “Quem és Tu, quem sou eu”. É olhar para si com os olhos de
Deus para conhecer-se, acolher-se e amar-se com o Seu amor. Como
transbordamento de uma conversão que se dá constantemente a partir deste
conhecimento saberá o ministro ser, na sua missão, o que Deus quer, o que Ele
pensa, o que Ele espera.
5-
Serviço
Aquele que
serve “deve ‘fazer-se tudo para todos'(I Cor 9,22) a fim de conquistar todos
para Jesus Cristo… Particularmente, não imagine ele que lhe é confiado um único
tipo de almas…” (CIC 24)
Uma forte
característica do bom ministro de música é o serviço: lavar os pés dos outros
com água nova, amar a todos, dar-se sem medir, fazer a vontade de Deus… sempre
no louvor, fazendo uso de uma linguagem atualizada e própria para cada
instante. Aqui se pode destacar tanto a renovação do repertórios utilizados nas
diversas assembleias (congressos, cursos, missas…), como o uso dos carismas em
benefício do povo ao qual se serve.
É importante, neste aspecto do serviço, refletir que:
SER DA LINHA DE FRENTE é servir primeiro, buscando
imitar mais de perto o Senhor, sofrendo as primeiras consequências, chegando
antes e saindo depois.
ESTAR NA OFENSIVA E NA DEFENSIVA é servir na batalha
espiritual, ao Senhor e ao seu povo. Dispor tudo para Deus indo contra a ação silenciosa,
sutil ou mesmo nítida do inimigo, intercedendo para que se abra o céu num
derramamento de graça. Estar atento ao que possa romper com a ação de Deus e
pela graça, pela unção, defender a assembleia, “o coração do homem”, contra os
ardis do demônio, ou mesmo, contra as próprias tendências da carne.
O ministro
de música está:
– A serviço da Trindade: Servir ao Pai, por Cristo, no
Espírito, fazendo, por sua vez, a vontade de Deus – como Jesus, pobre,
obediente e casto – na unção do Espírito, precisando ir onde Deus mandar,
esperando, vivendo e crendo n’Ele.
– A serviço do povo de Deus: Ë para o povo que existe o
ministério de música. Este é auxílio, porte da graça. Deus realiza por meio de
homens para alcançar outros homens. Não é fazer o que o povo quer e sim saber o
que Deus quer fazer em favor do povo. Servir bem é, portanto, dar somente o que
vem de Deus para saciar a fome e a sede do povo.
– A serviço da Igreja: Ministramos o que cremos e não
a nós mesmo, e não a cultura, o conhecimento por ele mesmo, a lógica.
Ministramos a verdade conhecida e experimentada, a graça recebida e
transbordada, a fé acolhida e vivenciada. É indispensável a coerência entre a
vida do servo e a fé professada pela Igreja, afinal, como Igreja as partes
formam um todo que necessita estar em unidade e esta unidade exige
conhecimento, busca da verdade, renúncia das próprias mentalidades geralmente
formadas pelos ditames do mundo.
6-
Disponibilidade
Numa visão
generalizada aquele que deseja cuidar com fidelidade da missão à qual o Senhor
lhe convidou a servir, necessita estar disposto a dar-se sem medidas. “Amar é
dar-se até doer”. (Madre Teresa de Calcutá). O ministro de música é igualmente
chamado a sair de si, a servir. Não é um ministério para os que se servem, nem
tão pouco para os que preferem servidos, mas para os que preferem oferecer
gratuitamente o que recebem de Deus e o fazem por gratidão ao próprio Deus. O
desejo do sacrifício deve, assim, ser como um motor que leve o eleito a sempre
ir além, a dispor não somente as suas possibilidades e potências ao Senhor e
aos irmãos, mas ao sacrifício cotidiano do que é lícito para unir, como a viúva
no templo, o que de nós é mais precioso em favor da edificação do Reino.
Existem,
contudo, algumas formas de servir-se no ministério: não participar de ensaios;
não comparecer às formações; cantar ou tocar apenas o que se gosta ou quando se
está bem, ou ao menos considera estar bem. Quem está neste rol precisa buscar a
sua verdade pelo fato de ainda não ter entendido que ministério é serviço a
Deus e ao outro.
7-
Maturidade humana
Ao
falarmos sobre o tema maturidade humana imediatamente imaginamos que seja o
momento da vida do homem no qual alcançou o discernimento pleno para dirigir
sua vida e realizar grandes coisas sozinho, no entanto, na vida cristã, o homem
atinge a maturidade no momento em que conhece a sua verdade, sua pequenez, sua
fraqueza, lança-se inteiramente nas mãos de Deus e colabora com a sua ação.
Exatamente
porque reconhece a sua fragilidade, sua pequenez, sabe que não pode dirigir sua
vida sozinho, necessita da ação do Espírito Santo sobre a sua natureza humana,
porque só o Espírito desenvolve perfeitamente as suas capacidades humanas,
intelectuais, espirituais, suas aptidões, até que alcance a idade madura.
Uma boa
maneira de perceber como se caminha para a maturidade é poder responder, na
verdade a algumas indagações como:
– Tenho
compreendido que necessito me relacionar intimamente com o Espírito Santo? Sou
um daqueles que agem como se o Espírito Santo não existisse? Tendo o Espírito
Santo em mim, posso continuar com uma vida medíocre?
– Sou
bastante dócil ao Espírito Santo, bastante disponível para seguir seus
conselhos ditos em segredo ao meu coração, seus misteriosos convites? Sou capaz
de responder a seus apelos pelo verdadeiro progresso que é o interior?
– Tenho
agilidade diante dos impulsos do Espírito Santo? Deixo o Espírito Santo
inteiramente livre para dirigir a minha vida de acordo com a sua vontade?
– Tenho
colaborado com todas as minhas forças com a ação do Espirito Santo para que
todas as minhas aptidões, talentos sejam plenamente desenvolvidos? Deus me deu
muitos talentos a nível espiritual, humano, intelectual e eu tenho colaborado
para que estes talentos se multipliquem?
– Nas
minhas tribulações, nas minhas dúvidas, tenho sabido invocar o Consolador? Sou
eu um obstáculo à ação do Espírito Santo em minha própria alma?
– É mais
um dos caminhos que o ministro necessita, com diligência, trilhar para servir
conformado ao Evangelho. Como ensina a Santa Madre Teresa de Jesus de Ávila:
“Quanto mais humano, mais santo”.
8-
Unidade
Para que a
música seja ministrada com poder, na ação do Espírito, é preciso que haja
harmonia de relacionamento entre aquele que ministra a música e aqueles que
irão fazer uso da Palavra; entre quem anima e quem conduz a oração; entre vocal
e instrumental; entre vocais; entre instrumentistas; entre ministério e
assembleia. Enfim, a unidade, que será fruto de uma graça de oração e
docilidade à ação do Espírito, é essencial para que todos bebam de todo bem,
graça e unção que Deus deseja derramar.
Por
exemplo, após uma pregação a música a ser ministrada deve ser uma continuidade
de tudo o que foi pregado, desta maneira, não haverá quebra no que estava sendo
conduzido. Para haver esta harmonia entre a pregação e a música, o ministro
deve estar atento o tempo todo ao que está acontecendo, ao que está sendo
falado.
Em outros
casos, como a Celebração Eucarística, é preciso haver coerência entre o tom da
liturgia, conforme o tempo onde se está celebrando, e o serviço na música. Na
quaresma não se canta o glória nem aleluia, caso o ministro não seja bem
formado e faça uso de um desses cantos, estará indo de encontro com o que pede
a liturgia, e isto é uma forma de se quebrar a unidade.
Existem
muitas formas de construir ou de quebrar a unidade, cabe a cada ministro o zelo
pelo conhecimento pessoal das mentalidades que se traz quanto ao “ser” e o
“fazer” o melhor, como no que diz respeito ao conhecimento intelectual de
liturgia, oração de grupo, animação, da mesma forma, que o conhecimento da
vontade de Deus para cada instante em que se serve. Sem docilidade e
disponibilidade a Deus e aos irmãos não se constrói a unidade.
9-
Postura
Para
ministrar com poder também é preciso um cuidado com a aparência, pois o músico
deve sempre ter a postura de servo, para Jesus aparecer no seu lugar.
Outrossim, como o músico é templo do Espírito Santo (I Cor 3, 6), deve cuidar
do templo que é ele mesmo e vestir-se com sobriedade, usando roupas que não
provoquem sensualismo. Não vista-se com exuberância, mas com simplicidade. Para
facilitar, é bom até que se tenha um uniforme, algo simples, para ser usado nas
apresentações, eventos ou missas e dar um toque especial na unidade.
A postura
do músico não deve ser a de aparecer com seu instrumento ou sua voz, mas de
deixar Cristo aparecer em si mesmo. É importante que o músico cante com o corpo
todo, mas que não faça gestos exagerados nem escandalosos.
O músico não precisa focar escondido atrás das caixas ou do seu instrumento. Há
pessoas que se escondem atrás de uma guitarra, ou de um teclado, para não
deixar que Jesus o cure e o toque!
Outra dica
importante é evitar conversas paralelas que não estão no contexto do evento e
que não hajam certos tipos de brincadeiras, durante a atuação do ministério, ou
melhor, a sobriedade caminhe ao lado de todo aquele que se dispõe ao serviço.
10-
Alegria
São Tiago
nos diz: “Está alguém alegre? Cante salmos” (Tg 5, 13).
A alegria
é a expressão maior de quem tem Deus no coração. Dizia Santo Agostinho: “Um
Santo triste é um triste santo!”. O coração e o rosto do músico devem
transbordar de alegria, pois não convence ninguém um cantor que ministra sem a
graça do louvor e da alegria.
“Alegre-se
o coração dos que buscam o Senhor” (Sl 105, 3).
Como Músico Católico, como me devo Comportar.
COMO
DISCIPLINAR UM MÚSICO CATÓLICO - (Rafael de Angeli - Canal da Graça)
|
Como disciplinar um músico católico - uma das tarefas mais difíceis,
quando falamos em "ministros de música".
Cada músico tem a
sensibilidade à flor da pele e tem uma reação imediata diante dos fatos que
estão à sua volta. O músico, tanto o cristão como o secular, tende a deixar o
coração falar mais alto que a consciência, querendo sempre mostrar seu talento.
E quando ele é criticado? Sente na alma que todo o seu preparo não valeu em
nada.
Com raras exceções, devemos pedir a direção do Senhor para saber colocar
que o músico cristão está ali para dar glórias ao Senhor e não receber a glória
para si.
Existem alguns tópicos importantes que poderemos meditar dentro deste
assunto:
1. O músico cristão tem de sentir que é chegada a hora de servir ao
ministério, devendo saber que sofrerá tribulações no momento que começar a
servir. O "encardido" procura perseguir muito mais os músicos, porque
a ele foi destinado o atributo de ser servo na casa do Senhor, procurando
derrubar todo aquele que oferece a vida para adorar e louvar ao Senhor.
Portanto, o coordenador do ministério precisa discernir se determinada pessoa
está preparada ou não para enfrentar estas tribulações e tentações...
2. O músico deve ter a consciência que é SERVO na casa do Senhor. Cabe
aos líderes da Igreja servirem de exemplo para que ele veja que cada um se
dispõe para Obra sem contrariar-se, mas se isso acontecer, que o faça mesmo
contrariado para que se manifeste a vontade de Deus.
3. Todo músico deve buscar a Deus através da palavra (Bíblia), seja nos
ensaios, em formações, nas orações individuais ou em grupo, para que os membros
do ministério de música possam ter a consciência de que louvar ao Senhor não é
apenas colocar seus talentos a serviço da Obra, mas que deve colocar a sua vida
nas mãos do Senhor. Ele deve se doar por completo para que a glória do alto
possa se manifestar através dele.
4. Elaborar normas para o ministério. Cabe ao coordenador (líder) do
ministério de música criar normas voltadas para o engrandecimento da Obra de
Deus, sendo sempre o primeiro a segui-las para que os outros não sejam
incentivados a desrespeitar a qualquer item ali colocado. Seja criativo e crie
regras fundamentais como não atrasar a ensaios, participar da santa missa
semanalmente, estar junto nos momentos de oração em grupo, cuidar bem dos
instrumentos, colocar o ministério como compromisso número um, etc. Lembre-se
que você só terá controle sobre seu ministério a partir do momento que você
colocar normas e cobrar de todos a cumplicidade das mesmas.
5. O músico deve ter a consciência de ser exemplo de vida cristã. Cabe
ao coordenador colocar ao músico que ele será observado fora da Igreja, no
cotidiano por aqueles que são usados pelo inimigo para acusá-lo.
6. Todo "músico de Deus" que não segue normas deve ser
afastado, pois como já foi mencionado acima, deve compreender que é SERVO do
Senhor. Já vi diversos músicos cristãos mostrarem seu talento à Igreja mas para
engrandecimento próprio. Todos sabemos que Deus não se agrada disso, pois fomos
feitos para louvá-lo e adorá-lo em Espírito e em Verdade. Não precisamos e não
devemos ter pessoas que não souberam ainda, não tiveram no seu coração a noção
exata do que é servir ao Senhor em um ministério de música. A esses, cabe ao
coordenador convidá-los a se afastar do ministério e conscientizá-los de que
são importantes para Deus e que devem pedir a direção do Espírito Santo para
que os molde e sejam consagrados para a Obra.
A tarefa não é fácil, mas a recompensa é grandiosa a todos aqueles que
seguirem Suas palavras e forem verdadeiramente servos. Todo líder (coordenador)
foi consagrado e abençoado por Deus para que faça de sua Obra uma meta a ser
alcançada. Todos os que souberem conduzir seus ministérios, saberão que quando
saírem, para que seus discípulos tomem seus lugares à frente, a unção de Deus
nesse ministério será dobrada e que cada vez mais a obra do Senhor será
engrandecida na Igreja.
Santa Cecília, rogai por nós!
Jesus abençoe!
Ministério de Música na Missa
A
MÚSICA NA MISSA - MOMENTOS DA LITURGIA - PARTE 1 (Rafael
de Angeli - Canal da Graça)
|
Olá, amigo(a), músico de Deus.
Aprenderemos, a partir de agora, sobre um dos momentos mais importantes
da liturgia: a música nas missas e celebrações.
"A liturgia, como exercício da função sacerdotal de Cristo,
comporta um duplo movimento: de Deus aos homens, para operar a sua santificação,
e dos homens a Deus, para que eles possam adorá-lo em espírito e verdade."
(Instrução sobre formação litúrgica nos seminários, p.49).
Por isso a liturgia, de um modo geral, pode ser entendida como um
diálogo entre o Deus-Trindade e o Homem-Comunidade. Este diálogo é composto de
vários momentos. Cada momento tem o seu "espírito" próprio, seu
sentimento peculiar, e portanto, uma expressão diferenciada. Ninguém pede
perdão de forma triunfal, nem dá um "viva" tímido. Cada momento da liturgia
exige um tipo de expressão musical.
Sem conhecer o espírito de cada momento do diálogo litúrgico, corremos o
risco de dar um "viva" tão tímido que ninguém se sinta estimulado a
responder.
Para melhor conhecer as diversas expressões e celebrações litúrgicas,
deveríamos estudá-las com atenção e objetividade. Neste espaço, estudaremos
aquela que é o ápice da vida cristã: a Celebração Eucarística.
Cada música da Celebração Eucarística tem seu papel e Inspiração própria
de cada momento litúrgico dentro da celebração.
I - RITOS INICIAIS
Preparação
É um momento que foi esquecido durante algum tempo e agora está voltando
ao uso. Enquanto alguns "acolhem" os irmãos que estão chegando para a
festa da Eucaristia, o ministro de música pode preencher o ambiente com um solo
instrumental. Alguns, neste momento, costumam ensaiar as canções que farão
parte da celebração. Pode-se também colocar um CD de meditação, ou das músicas
que se irá ensaiar. O importante é criar um ambiente de vida, pois é Cristo,
Verdade e Vida, que iremos celebrar.
Entrada
Toda a assembléia, unida em uma só voz, canta a alegria festiva de
reunir-se como irmãos em torno do Cristo. Esta canção deve deixar claro para
toda a assembléia, que festa, ou mistério do Tempo Litúrgico (A segunda
"perna" do tripé litúrgico") iremos celebrar. Todo o povo deverá
ser envolvido na execução desta canção.
A primeira impressão sempre marca todo o relacionamento. Assim também o
canto inicial marcará toda a celebração.
Os instrumentos terão a função de unir, incentivar e apoiar o canto. Não
deverão cobrir as vozes dificultando a compreensão do texto. Ninguém participa
de uma celebração para ser admirado, ou para aumentar seu ibope na comunidade.
"Tocar na Missa" é um serviço e uma oração. Todo este canto como a
procissão do sacerdote não deverão ser demasiado longas. O canto deve terminar
quando o sacerdote chega ao altar.
Ato Penitencial
Neste canto aclamamos a Cristo como "Nosso Senhor" e lhe
pedimos perdão. É um canto de repouso. Sua melodia deve traduzir a contrição de
quem pede perdão. Todo o povo deve participar deste canto, mas admite-se um
diálogo solista-povo.
Não é necessário que este canto seja muito "florido". A
simplicidade é a melhor forma de expressar o arrependimento. O instrumentista
deve traduzir este espírito de confiança e invocação acompanhado de modo suave,
quase imperceptível. Para isto pode-se até excluir a percussão deste momento.
Glória
Esta é a canção da alegria, o canto que os anjos e pastores cantaram
para saudar o nascimento do redentor (cf. Lc 2,14). Desde o século IV que os
cristãos cantam. Houve uma época que só os bispos o podiam cantar. Hoje
recomenda-se que toda assembléia cante o "glória" com ânimo e
alegria. Para isso é útil bater palmas, erguer os braços, repicar os sinos
expressando Glória a Deus nas Alturas... É importante não esquecer duas coisas:
que o canto e suas expressões devem seguir a realidade da assembléia e que
continuamos com os pés no chão, e que o nascimento de Cristo, hoje, depende de
nossa boa vontade.
Este canto é excluído no advento e na quaresma, nos outros tempos deve
ser executado e de preferência "cantado". Não é bom que seja parte
exclusiva do coral. Este poderá cantá-lo em diálogo com o povo.
O glória deve ser, antes de tudo, uma manifestação do louvor a Deus-Pai
e ao Cordeiro.
Os instrumentos têm papel importantíssimo neste canto. A percussão
poderá ser bem explorada. É claro que a parte não deverá sobressair em
detrimento do todo, mas neste canto os instrumentos poderão destacar-se um
pouco mais.
A
MÚSICA NA MISSA - MOMENTOS DA LITURGIA - PARTE 2 - (Rafael
de Angeli - Canal da Graça)
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II - LITURGIA DA PALAVRA
Salmo Responsorial
Dentro do diálogo litúrgico, este canto é a resposta da assembléia ao
Deus que falou na primeira leitura. Como diz o próprio nome, trata-se de um
salmo, no entanto admite-se também um canto de meditação, contanto que seja de
origem bíblica e signifique uma resposta coerente com a proposta divina
expressa na primeira leitura. Este canto não deveria ser nunca excluído pois é
de grande importância à liturgia da palavra.
Pode ser executado por um solista nas estrofes com a adesão de toda a
assembléia no refrão. O acompanhamento dos instrumentos deve ser discreto,
exceto quando o salmo for festivo e acompanhado por todo o povo.
Aclamação ao Evangelho
Geralmente (menos no advento e na quaresma) a aclamação mais usada é o
Aleluia, seguido de uma pequena estrofe que prepara a leitura do Evangelho. Não
é um canto obrigatório, mas sendo executado, é preciso que seja uma aclamação
pessoal e comunitária ao Verbo de Deus . Ao contrário do Salmo, este canto
permite movimento e participação vibrante dos instrumentos. Poderá haver
solista, mas o Aleluia deverá ser cantado por toda a assembléia.
Depois da Homilia
Em missas com crianças, ou em outras celebrações onde a reflexão
silenciosa seja difícil, pode ser entoado um cântico, no estilo do Salmo
Responsorial, que venha a trazer uma manifestação em sintonia com o tema do
evangelho.
Profissão de Fé
O Creio é uma resposta de fé e de compromisso da comunidade e do
indivíduo à palavra de Deus. Nele recordamos toda a história da salvação. Por
isso não convém a utilização de formas abreviadas que sejam profissão de fé,
mas que não resumam a fé cristã. Quando cantada, deve contar com a participação
de todo o povo. No entanto pela estrutura rítmica da letra, isso se torna muito
difícil. Uma opção seria cantar um refrão popular, entre uma recitação e outra
do Creio.
Oração dos Fiéis
"Acima de tudo recomendo que se façam preces, orações e súplicas de
ação de graças por todos os homens" (1Tm 2,1)
Esta oração poderá adquirir um tom mais solene quando cantada. As
invocações devem ser executadas por um solista, ao que o povo responde
cantando. Aqui a participação dos instrumentistas é suavíssima e até
dispensável, podendo ser usado apenas o teclado com som de órgão.
Terminaremos de estudar este tema no
próximo artigo!
Jesus abençoe!
A
MÚSICA NA MISSA - MOMENTOS DA LITURGIA - PARTE 3 (Rafael
de Angeli - Canal da Graça)
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III - LITURGIA EUCARÍSTICA
Preparação das Ofertas
Este é um dos cantos menos importantes da missa. Neste momento nos
preparamos para oferecer ao Pai, o Cristo "ao qual nos unimos oferecendo
nossas vidas, nosso corpo como culto espiritual agradável a Deus" (Rm
12,1). Portanto, o grande ofertório da missa é após a consagração quando já não
oferecemos o pão, o vinho, nossa vida, nosso trabalho, mas o próprio Cristo e
todo o resto transfigurado "Por Ele, com Ele e n'Ele".
Durante o canto de ofertório normalmente também ocorre a coleta ,
momento em que colocamos um pouco do que é nosso em comum. Portanto o objetivo
do canto "de ofertório" é criar uma atmosfera de alegria, partilha e
generosidade. Pode-se dispensar o canto e os instrumentos fazerem um solo
apropriado para o momento litúrgico. Ou ainda participar com um canto de oferta
que o povo não conheça, desde que este não venha a distrair a atenção do povo.
Oração Eucarística
Tanto o diálogo introdutório, como o prefácio e demais orações podem ser
cantados e dependendo da sintonia entre músicos e celebrante, podem ser
acompanhadas pelos instrumentos. Desde que o celebrante ache conveniente e
sinta-se apto para isso.
Santo
É dos canto principais, se não o principal, da liturgia. Nele toda a
assembléia se une aos anjos e santos para proclamar as maravilhas do Deus Uno e
Trino. É o primeiro canto em ordem de importância. É o canto dos anjos (Is
6,2s) e também dos homens (Lc 19,38). Não teria sentido convidar os céus e a
terra, os anjos e os santos para cantar em uma só voz, e depois somente um
coral ou um solista executar o canto. Este é essencialmente um canto do povo. É
indispensável a participação dos instrumentos para solenizar esta vibrante
saudação: SANTO, SANTO, SANTO!
Aclamações em particular
Há uma série de aclamações durante a celebração eucarística que poderia
ser cantadas. A Oração Eucarística V, por exemplo, permite algumas intervenções
da assembléia. O mesmo pode afirmar da Oração Eucarística para missas com
crianças, ou sobre a Reconciliação. O "Amém" poderia ser cantado
muitas vezes, especialmente depois da doxologia (Por Cristo, com Cristo e em
Cristo ...) que é o grande amém da missa.. Durante a consagração é melhor o
silêncio, nem mesmo solos devem distrair a atenção da assembléia naquele
momento. Pode-se cantar sim a aclamação após a consagração (Eis o mistério da
fé ...).
Pai-nosso
O Pai-nosso cantado por toda a assembléia tem grande força e
significado. É um dos grandes pontos da Missa, exprimindo de modo maravilhoso a
comunhão entre os irmãos. Se não for cantado por todos, é preferível que seja
recitado. Os instrumentos têm papel de sustentação, evitando distrair a atenção
da oração.
Abraço da Paz
É costume cantar uma canção alegre cuja letra lembre fraternidade e
caridade como fundamento da vida cristã. Deverá ser uma melodia contagiante.
Entretanto não é essencial que a assembléia cante. Cordeiro de Deus. Esta prece, de origem Bíblica (Jo 1,29), faz alusão ao Cordeiro Pascal,
que se imola e tira o pecado do mundo. Pode ser cantado pelo coral ou solista,
mas a assembléia deve participar da última petição: dai-nos a paz.
Comunhão
É o canto mais antigo da missa. Por ele, através da união das vozes,
queremos expressar nossa comum-união espiritual em torno de Jesus Cristo. Todos
ao redor da mesma mesa, congregados numa mesma igreja, participam do mesmo pão.
A função do canto de comunhão é alinhavar esta união.
É comum escutarmos que se deveria fazer silêncio durante a comunhão para
que um pudesse se entreter num encontro pessoal com Cristo. Ë certo que a
comunhão dos Cristãos é um ato pessoal, mas deve manifestar-se através de um
ato comunitário. E o canto de comunhão deve propiciar esta manifestação de
comunidade. Por isso todo o povo deve participar entusiasticamente deste canto.
O Silêncio Eucarístico necessário ao encontro e oração pessoal com
Cristo se dá no próximo momento.
Ação de Graças
Após a comunhão a assembléia, em silêncio, adora e agradece a presença
do Cristo Eucarístico. Após este breve silêncio pode-se cantar um salmo ou outro
canto de louvor ou de ação de graças. Este canto não pode e não deve excluir o
momento de silêncio após a comunhão.
É preferível que este canto seja breve e executado por todos. Por isso,
também para os instrumentos, não convém longas introduções e interlúdios. É
preciso que o ministro tenha a devida sensibilidade e discernimento para saber
se este canto é conveniente em tal momento. Evite-se o canto de ação de graças
quando a celebração já estiver por demais prolongada.
IV - RITOS FINAIS
Canto Final
Antes da benção entoa-se uma ou duas estrofes de um canto alegre e que
cause a última impressão que se irá levar da celebração. Pode ser executado com
maestria, porém não deve ser muito prolongado. Um costume muito comum, é o de
se aproveitar este canto final para fazer uma homenagem a Maria, mãe de Deus e
nossa.
Após a benção pode-se continuar as demais estrofes do canto final, sem a
necessidade da participação do povo. Utilizem-se todos os recursos disponíveis
para que este encerramento crie a predisposição para o povo retornar à Festa
Eucarística.
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