quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Não percamos o olhar da fé

Sejamos movidos sempre por esse olhar para que a graça de Deus nos acompanhe todos os dias de nossa vida

“E ali não pôde fazer milagre algum. Apenas curou alguns doentes, impondo-lhes as mãos. E admirou-se com a falta de fé deles” (Marcos 6,5-6).
Jesus, no meio dos Seus, no meio de parentes, conhecidos, familiares, na própria cidade onde foi criado e cresceu, não foi bem aceito, bem recebido. Pelo contrário, foi muito questionado, interrogado.

Duvidaram, queriam saber de onde Ele vinha, de onde tinha a sabedoria ou a capacidade para realizar todos os prodígios. Sabe por quê? Porque os Seus olharam para Jesus apenas de uma forma humana, pois Ele era um deles, e não souberam transpor, não souberam ter um olhar de fé, um olhar místico sobre Aquele que era um deles. Era parente, primo, amigo e assim por diante.

Sabe, meus irmãos, nós, muitas vezes, não sabemos distinguir as coisas. Muitas vezes, temos o pai como camarada, o padre como amigo, o “fulano” como alguém já muito íntimo nosso e, às vezes, a liberdade é tão grande que não sabemos distinguir o natural do sobrenatural. A mãe é a mãe por graça, e toda mãe tem uma graça sobrenatural. O pai é o “paizão”, o amigo, pode até ter muitos defeitos, problemas, mas ele tem uma graça sobrenatural de ser pai.

Se eu for falar de cada consagrado, de cada padre, irmão, irmã religiosa… Se eu for falar de cada homem, cada mulher de Deus, de cada pessoa na função que ocupa, vemos que, às vezes, olhamos apenas a aparência humana. Foi dessa forma que olharam para Jesus, e porque olharam para Ele apenas dessa forma, não puderam tocar no essencial que Ele tinha.

A graça, o reino de Deus que se manifestava, passava por Ele e por Ele veio até nós. Eram racionais demais, questionadores demais, por isso, ali, Jesus não pôde fazer praticamente milagre nenhum. Apenas alguns enfermos foram tocados pela Sua graça, e causou espanto em Jesus a falta de fé deles.

Nós podemos ser muito próximos da Igreja, das pessoas da Igreja, do Papa, do padre, do bispo, isso não é problema! O problema é quando vivemos apenas a relação da amizade humana e não sabemos buscar a essência divina naquilo que fazemos.

Não deixe que o grupo de oração se transforme apenas em um grupo de amizade. Não deixe que as suas relações de Igreja sejam apenas relações amistosas para convivência e coisas parecidas. Permita que os encontros sejam verdadeiros encontros com Deus e com Sua graça, senão, daqui a pouco, iremos olhar a fé apenas de uma forma humana e não sobrenatural. E quando não olhamos mais o sobrenatural, nós não captamos, não tocamos e não somos tocados pela graça que vem de Deus.

Não acho que ninguém é melhor do que ninguém, mas quando sei transpor as coisas, absorvo o melhor que a pessoa tem. Quando eu sei respeitar meu pai, minha mãe, sendo grande amigo deles, eu sei captar a graça que eles podem transpor para a minha vida.

Que nós não percamos o olhar da fé, mas sejamos movidos sempre por esse olhar, para que a graça de Deus nos acompanhe por todos os dias de nossa vida!

Deus abençoe você!

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