quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Palavra do Arcebispo - Dom Antônio Fernando Saburido, OSB

Mensagem para o Ano Novo

“Vence a indiferença e conquista a paz” é o tema que o papa Francisco escolheu para o 49o Dia Mundial da Paz, a ser celebrado no 1o de janeiro desse ano novo. Para nós, na realidade de nossa arquidiocese, esse tema se concretiza de diversas formas e toma uma importância própria.
Nessa passagem de ano, damos uns aos outros os votos de feliz ano novo, mergulhados em um clima de crise social, política e econômica que se manifesta de modo forte no Brasil, mas se espalha também por todo o mundo. Em primeiro lugar, a fé nos
chama a não nos conformarmos com a onda de pessimismo e mesmo de ódio que ameaça o nosso país e os meios de comunicação. De fato, é normal que os sinais de crise econômica e do risco de recessão nos preocupem. A luta contra a indiferença nos faz exigir do governo e das autoridades políticas providências extraordinárias para não penalizar sempre as mesmas parcelas já desfavorecidas da população. Quando o papa denuncia no mundo uma espécie de “cultura da indiferença”, ele pede que os padres, agentes de pastoral e todos que fazem parte da Igreja deem sinais claros de uma grande sensibilidade pastoral e social a serviço das vítimas dessa sociedade desigual.
Em recente nota sobre o momento nacional que estamos vivendo, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil assim se expressou: “Neste momento grave da vida do país, a CNBB levanta sua voz para colaborar, fazendo chegar aos responsáveis o grito de dor desta nação atribulada, a fim de cessarem as hostilidades e não se permitir qualquer risco de desrespeito à ordem constitucional. Nenhuma decisão seja tomada sob o impulso da paixão política ou ideológica. Os direitos democráticos e, sobretudo, a defesa do bem comum do povo brasileiro devem estar acima de interesses particulares de partidos ou de quaisquer outras corporações. É urgente resgatar a ética na política e a paz social, através do combate à corrupção, com rigor e imparcialidade, de acordo com os ditames da lei e as exigências da justiça”.
Mesmo se muitos de nós temos críticas justas a fazer, não podemos aceitar que a justiça se mostre, cada dia, mais seletiva e partidária. Deus nos chama a sermos sempre críticos e exigentes. A profecia sempre brota em situações de crise e não em tempos de tranquilidade. Com certeza, é nossa missão de cristãos e cristãs, manter a esperança e acreditar que a salvação vem sempre a partir das bases e das organizações eclesiais e sociais.
Um bom sinal nesse começo de 2016 é o fato de que a CNBB e o CONIC (Conselho Nacional de Igrejas Cristãs) novamente se juntam para nos propor mais uma Campanha da Fraternidade Ecumênica, dessa vez sobre “Casa comum, nossa responsabilidade”. Apresenta o saneamento básico como instrumento de paz e justiça para a humanidade e para o planeta Terra. Peço encarecidamente a todos os padres e agentes de pastoral da arquidiocese que se preparem devidamente para colaborar com esse grande mutirão da Fraternidade que terá sua abertura na Quaresma, mas deve inspirar nossa ação pastoral por todo esse ano.
No início deste ano de 2016, como já foi amplamente noticiado, depois de um longo processo de diálogo, a nossa arquidiocese terá a renovação dos mandatos da maioria dos párocos e administradores paroquiais. Assim, cumprimos a atual orientação da Igreja, conforme lei complementar da CNBB sobre o assunto. A disponibilidade para a mudança revela que os padres são verdadeiramente membros de um colégio de presbíteros, responsável pelo conjunto da arquidiocese como uma verdadeira Igreja local, com seu rosto próprio e sua vocação de ser sacramento da Igreja Universal nessa região na qual Deus nos colocou. Nela, cada paróquia e comunidade é parte integrante e dinâmica dessa Igreja maior. A disponibilidade que os padres revelam comprova que eles não se sentem donos de suas paróquias e aceitam se inserir no caminho das comunidades às quais são enviados em verdadeiro espírito de serviço fraterno.
Em muitas culturas antigas, a passagem do Ano Novo era celebrada com ritos simbólicos como queimar as roupas antigas e se revestir de novos trajes de festa. Mesmo sem voltarmos a esses costumes, é bom que o Ano Novo estimule em nós o apelo à renovação de nossas mentes e nossos corações pelo Espírito, fonte de novidade permanente. Que esse ano novo de 2016 seja para todos nós um ano de verdadeiro jubileu de conversão e renovação no seguimento daquele que, hoje ainda, continua a nos dizer: “Faço novas todas as coisas” (Ap 21, 5 ss).
Deus os/as abençoe com a graça dessa renovação espiritual.

Dom Antônio Fernando Saburido, OSB
Arcebispo de Olinda e Recife

terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Pregação - A Graça de Deus - Hamilton Apolônio - 02/12/2012

Evangelho do dia Lucas 2, 22-35
APRESENTAÇÃO DE JESUS  
Comentado por Jaime Silva  - Diácono Paróquia São Miguel - Abreu e Lima

A igreja ensina que toda criança de pais cristãos deverá ser batizada nos primeiros meses de vida, pois o batismo é uma consagração da criança a Deus, era costume entre os judeus a apresentação do primogênito no templo quando a mesma era circuncidada, uma espécie de batismo que marcava a criança como propriedade de Deus e pertencente a ele, além da sua inserção na comunidade. Os avós ou as pessoas idosas, queridas da família, costumam carregar a criança e sonhar com um futuro maravilhoso para ela.
Na comunidade onde Jesus foi apresentado, Simeão e Ana eram os mais idosos e coube a eles recepcionar Maria e José na porta do templo, como faz os irmãos e irmãs da pastoral do batismo. Eles representam toda a comunidade e o povo de Israel, que pode enfim contemplar o prometido de Deus, aquele que veio trazer a salvação a toda humanidade.
Nesta vida sonhamos tantos sonhos, mas parece que quando chega a idade, paramos de sonhar. Simeão e Ana guardavam no coração a esperança de ver o Messias, aqui não se trata de uma esperança humana, mas de uma esperança que brota da fé, essa crença muito viva presente no coração das pessoas simples, de que Deus irá agir e a humanidade encontrará seu verdadeiro caminho e cada ser humano resgatará sua imagem e semelhança do Criador.
Nas palavras proféticas do velho Simeão, aquele menino irá derrubar e erguer muitos em Israel, e os pensamentos de muitos corações serão desvendados. Para reformar uma casa velha, é preciso derrubar para depois reerguer. As lideranças religiosas não aceitaram e não quiseram fazer esta reforma que renova o íntimo do homem, pela ação salvífica realizada por Jesus.
Esta rejeição irá doer e traspassará a alma de Maria como uma espada cortante. Não se trata de um mau agouro, mas de uma verdade presente até hoje em nosso meio quando o evangelho de Cristo e o seu reino de amor e de justiça continuam sendo rejeitados por toda a sociedade.
Hoje em cada criança batizada a Igreja vê renovada sua Esperança, exatamente como Simeão e Ana, somos todos profetas anunciando que o Reino já está em construção em nosso meio, que como Maria teremos de encarar as tribulações e as dores que virão, consequência de quem viver a Fé na Fidelidade, fazendo em sua vida a Santa Vontade de Deus.


Deus Abençoe a Todos

segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Deus é Amor, permanecer no Amor é permanecer em Deus e Deus nele.

O amor nos permite recomeçar e em Deus reescrever uma nova história
A palavra meditada está em I João 4,16-18:
“Deus é amor: quem permanece no amor, permanece em Deus, e Deus permanece nele. Nisto se realiza plenamente o seu amor para conosco: em que tenhamos firme confiança no dia do julgamento; pois assim como é Jesus, somos também nós neste mundo. No amor não há medo. Ao contrário, o perfeito amor lança fora o medo, pois o medo implica castigo, e aquele que tem medo não chegou à perfeição do amor.”
O cristão é sinal de contradição neste mundo. Ser cristão é ser diferente, isso não significa ser melhor ou pior, mas ser de Deus. Que entendamos nosso chamado de ser o Cristo para nossos irmãos.

O Senhor nunca deixará de nos amar, independente dos erros que cometemos. Aonde chegarmos, Cristo chegará conosco, porque Ele habita em nosso coração. Ser como Jesus neste mundo é espalhar o fogo do amor de Deus a todos os corações.
Com nossas palavras e atitudes acendemos ou abafamos o fogo do amor de Deus nos corações daqueles que convivem conosco. Peçamos ao Senhor a graça de propagarmos Seu amor a tantos corações. O amor sempre nos permite recomeçar.
Sempre é possível amarmos as pessoas, pois o Senhor habita nelas. Tudo o que uma pessoa precisa para reacender a chama em seu coração é o fogo do Espírito Santo. Quando vivemos de egoísmo, o amor se degenera em ódio.
Não responsabilizemos as pessoas por aquilo que nos aconteceu. O verdadeiro amor a Deus e aos irmãos nos dá vida. Só o amor nos faz renascer para Deus, para nós e para os outros.
Por amor perdoamos e reconciliamos. Quem ama não tem medo, pois o amor vence tudo. Não devemos dar ouvidos aos maus comentários, os quais desmerecem nosso amor. Quem ama não busca fama, mas se preocupa em transformar a vida de todos que estão ao seu lado.
O amor faz milagres, pois quem ama compreende que é Jesus neste mundo. O que vive no amor vive em Deus. Se amarmos uns aos outros, viveremos sempre no Senhor.
Nem a doença, nem o fracasso, a falência, a traição ou mesmo o abandono, pode vencer aquele que insiste amar as pessoas que o Pai colocou em sua vida. Nunca desistamos das pessoas que amamos, pois elas são a presença de Deus em nossas vidas!
Márcio MendesMissionário da Comunidade Canção Nova

domingo, 27 de dezembro de 2015

Saúde Vocal

Dicas pra manter a saúde vocal

Em nossas “andanças” pelo Brasil por conta da missão, muitas pessoas no abordam com a seguinte pergunta: O que vocês fazem pra ter o mínimo de saúde vocal? 
Matéria Completa na seção Formações

Mais do que nunca, “dar a luz” é de fato ser luz nas trevas.

Quantos filhos você quer ter?
27 de dezembro de 215  por vidasemduvida - Ministério Música Arcanjo Miguel
filhos
Estamos vivendo numa sociedade tão contrária ao Evangelho da Vida que muitos  católicos – e especialmente as mulheres católicas – não conseguem compreender os princípios mais elementares do plano de Deus para a família.
A mulher que todo mês toma a pílula não precisa se justificar frente a ninguém. Parece que tomar pílula se tornou sinônimo de “responsável” e a mulher que decide ser mãe, e especialmente ser mãe de muitos filhos, é sem piedade chamada de “irresponsável”.
Todas as palavras usadas para se referir á gravidez são negativas:
Risco de gravidez; Suspeita de gravidez; Fantasma da gravidez; Perigo da gravidez;  Deslize da gravidez;  Erro da gravidez, etc.
Ficar grávida parece a maior loucura, uma verdadeira insensatez, uma barbárie, um ato contra o planeta. E quando se tem um filho no colo e se espera outro, aí a mulher deve ser colocada em um hospício mesmo!
Escutamos de católicos frases como esta – “a Igreja não deixa usar pílula” – como se a Igreja fosse uma autoritária que vive no mundo da lua e não sabe da realidade das mulheres e quanto custa criar um filho! Muito pelo contrario, a Igreja sabe da realidade das mulheres, das famílias e do planeta e tem autoridade de Deus para ensinar como agrada a Ele antes que aos homens.
“Usufruir do dom do amor conjugal, respeitando as leis do processo generativo, significa reconhecer-se não árbitros das fontes da vida humana, mas tão somente administradores dos desígnios estabelecidos pelo Criador. De fato, assim como o homem não tem um domínio ilimitado sobre o próprio corpo em geral, também o não tem, com particular razão, sobre as suas faculdades geradoras enquanto tais, por motivo da sua ordenação intrínseca para suscitar a vida, da qual Deus é princípio.” Humanae Vitae,13
Não se trata de obedecer a uma lei arbitrária e sim compreender que Deus, quando criou o homem e a mulher e os chamou a união conjugal, lhes deu limites que são facilmente reconhecidos quando ambos aceitam que são criaturas, que devem servir ao Criador e que nisso está a sua autêntica felicidade.
Mas quantos querem de fato agradar a Deus? Quantos estão dispostos a fazer sacrifícios pelo bem maior de uma família numerosa? Quantas de fato vivem a paternidade como um presente?
A realidade das mulheres hoje é triste. Muitas usam a pílula pensando que são livres, que estão fazendo dos seus corpos o que desejam e no fundo são escravas. Só a castidade permite que a pessoa seja livre.
A pílula supõe, não o auto-dominio mas a sua falta, e por isso é escravizante. A pílula supõe que o casal deva ter relações sexuais por anos a fio sem jamais cogitar numa família, e muito menos numa família numerosa. A pílula supõe que a fertilidade é um inimigo a ser derrotado e não uma bênção a ser vivida.
A mulher católica que usa a pílula deve aprender a visão de Deus sobre si mesma , sobre o matrimonio e sobre a família antes de se limitar a repetir os slogans em voga nesta sociedade neo-pagã. A mulher católica precisa remar contra o mundo, contra a mentalidade pró-aborto e ser uma luz no meio da escuridão.
Mais do que nunca, “dar a luz” é de fato ser luz nas trevas.
Logo que acolhemos a vida, e a família numerosa como uma grande dádiva, somos cobertos de perguntas sobre a nossa “condição para se ter tantos filhos”. Ah se cada mulher que fosse ao shopping fosse interrogada se ela tem mesmo “condição de comprar” o que ela irá comprar… quantas iriam se envergonhar, pois na verdade não se tem condição, mas se cria a condição.
E porque que para gerar vida, que não tem comparação com nenhuma bolsa ou sapato, tantos interrogatórios e olhares suspeitos aparecem? Ah, dizem os sábios deste mundo, é preciso ter condição financeira para ter tantos filhos! Viver custa! E no entanto quantos destes cogitam viver numa casa mais simples ou ter menos conforto material para dar lugar a mais uma vida? No entanto, o casal católico deveria estar disposto a isso, se for necessário, para dar lugar a mais uma vida. A vida foi redimida por Cristo, não o sapato do shopping.
Se não é pecado lutar por uma vida cada vez mais digna para si e para os filhos é pecado querer ter uma vida financeira “perfeitamente estável” para começar a se pensar em ter filhos. Talvez você não tivesse nascido se seus pais pensassem assim. É preciso ter em mente que nesta terra a santificação dos esposos passa sim, pelas provações que a família atravessa e não pelas comodidades vividas.
Existe uma idéia tão difundida que o casal pobre que tem 6 filhos é pobre porque a mulher não tem “instrução e ir no Posto de Saúde pegar a pílula para tomar”, enquanto que o casal da classe média é super inteligente em ter no máximo dois filhos, pois ela “se cuida” para não engravidar. Será que o problema está mesmo na conta bancária ou na capacidade de corresponder a Deus com generosidade, sendo pobres ou ricos?
Contrariando a neura da sociedade atual de condenar a qualquer um que queira gerar filhos, a Igreja é porta-voz de Deus ao proclamar:
“Não tenham medo da quantidade dos seus filhos e filhas. Pelo contrário, reze à Providência para eles, para que vocês possam criá-los e educá-los em seus benefícios e para a glória da sua pátria aqui na terra, e aquela do céu”.
Quantos casais precisam urgentemente de escutar estas palavras: “Não tenham medo da quantidade dos seus filhos e filhas. Pelo contrário, reze à Providência para eles…”
Infelizmente, em vez disso, muitos dos católicos para sua própria perdição tem no seu coração o pensamento de uma das maiores abortistas do mundo, a Sr. Margareth Sanger, que disse:   “O mal mais grave do nosso tempo é o encorajamento de trazer ao mundo famílias numerosas. A prática mais imoral dos dias atuais é procriar muitas crianças… A imoralidade de famílias numerosas não traz prejuízo somente para os membros destas famílias mas traz prejuízo para toda a sociedade”.
Gerar e educar vida humana é o ato que Deus confiou ao casal. É um grande dom que satanás, homicida desde o principio, quer arrancar dos nossos corações. A família católica esta no centro deste jogo. Ou ela se abre para o plano de Deus ou satanás, com suas armadilhas, vai pouco a pouco tomando conta do seu coração. Precisamos de casais que façam tudo que esteja ao seu alcance para ter filhos e não para evitá-los!
A mulher que deveria sentir vergonha é a que usa a pílula. Ela deve sentir vergonha e querer sair desta forma de viver a sexualidade que não lhe permite viver o plano de Deus. A mulher que decide ser mãe, e mãe de muitos filhos, deve ser louvada como corajosa – mas não no sentido perjorativo que tantas vezes escutamos – mas no sentido mais nobre da palavra: ela foi corajosa porque decidiu, entre tantas opiniões contrárias, seguir a voz de Deus e terá sua recompensa por isso. Como a mães dos macabeus, que ela seja recompensada quando ver ser filhos sendo mártires para a glória de Deus pois soube educá-los não para este mundo que passa mas para a eternidade.
Fonte: http://modaemodestia.com.br/familia/quantos-filhos-quer-ter

Na Oração é que concebemos a vida.

Rezar: Acolher na fé o futuro

futuroUma oração que se baseia no passado e se fecha sobre o presente, sem dúvida, seria uma oração incompleta e não teria o vento suave e agitador do futuro. Somos acostumados a olhar o amanhã como a transformação da semente lançada rapidamente no fugaz presente que nos é dado. Estando em oração, veio-me uma idéia que pode até ser considerada “estranha, estúpida e rara”: o passado não existe.
Alguém poderá objetar: “Como o passado não existe?” Ele está aí, diante de nós como memória, lembrança, momento que nos atormenta ou estimula a sermos agradecidos. Mas o passado não é outra coisa que acúmulo de tantos momentos presentes que se foram para jamais voltar.
No mesmo instante em que acreditamos estar no presente, nos encontramos já jogados no passado, que não é outra coisa senão o presente que passa. É, portanto, preciso viver o presente dando-lhe o valor do eterno… É no aqui e agora, rápido e fugaz como a onda do mar que no mesmo instante que vem já se foi, ou a brisa que não se pode captar. O presente é uma janela que se abre ao futuro, que nos estimula e convida a não perder de vista o amanhã. Somente quando chegarmos à eternidade estaremos dinamicamente parados no presente, contemplando para sempre o amor de Deus que não foi, nem será, mas é.
Sim, porque eterno é seu amor! Como é forte no nosso coração esta convicção do presente de Deus em nossa vida! Um presente que, ultrapassando todas as limitações do tempo e do espaço, faz-nos sentir que somos chamados a viver com uma dimensão de eternidade o nosso tempo, sacramento que nos é dado viver.
O futuro
O futuro nos atemoriza, lança-nos na insegurança e na incerteza. Precisamos que alguém, em quem confiamos, diga-nos uma palavra de coragem e de ânimo.
Ao mesmo tempo, desejamos que algo de novo aconteça na nossa vida. Jesus mesmo nos oferece o salmo do futuro, a oração do amanhã: as bem-aventuranças. A palavra “bem-aventurança” quer dizer “um bem que ainda não chegou, mas chegará” e se fará presente em nós.
Rezar é saber acolher na fé o nosso futuro, é crer que a força da Palavra de Deus irá se realizar em nós. Crer é amar alguém. O amor e a amizade são dons vividos somente relembrando o passado e o presente, e principalmente contemplando o amanhã que, com sua incerteza, tenta nos amedrontar. Mas, baseados na certeza da Palavra de Deus, iremos adiante, aconteça o que acontecer.
Lancemos ainda um olhar sobre Maria, e dela aprendamos a rezar contemplando o futuro.
“Conceberás e darás à luz um filho, a quem chamarás Jesus” (Lc 1,31).
Estes três verbos, conjugados no futuro, são como uma luz que clareia a noite escura da Virgem Maria. Ela sente-se revigorada na sua fé e assume o projeto de Deus sem, provavelmente, compreendê-lo na sua plenitude e totalidade. O que importa, está claro, é que ela quer fazer a vontade de Deus. Quer ser um “sim” perenemente, sem meias medidas e sem meio-termo. A primeira atitude do anjo é confiar-lhe o grande segredo, que será sempre incompreensível para a inteligência humana e ninguém poderá compreendê-lo a não ser pelos olhos da fé e do amor.
Conceberás:
Somos todos chamados a conceber a vida. Uma vida que não é fruto do nosso trabalho nem do trabalho humano, mas é dom de Deus. Maria é grande porque concebe pela inteligência, pelo amor, pela fé, e faz que isto se torne vida nela e que esta vida seja doada aos outros em plenitude. Não fomos chamados para ser “estéreis”, mas fecundos.
O nosso mundo se faz cada vez mais estéril, cheio de palavras vazias, que não traduzem o que significam. Palavras enganadoras que nos embalam os olhos e impedem de realizar o nosso projeto de amor.
Conceber é se abrir totalmente à ação do outro. Ninguém concebe por si mesmo e a si mesmo. A concepção é o encontro de duas vontades de gerar a vida: a vontade de Deus, que chama, e a vontade do ser humano, que responde o seu “sim”. Na nossa oração silenciosa é importante nos interrogar: o que sou chamado a conceber? Como me deixo fecundar pela ação de Deus? Ou vivo a resistência do egoísmo e do orgulho que me impedem de ser gerador de vida nova?
Darás à luz:
O anjo relembra a Maria que é insuficiente conceber, é necessário dar à luz. Todo projeto que concebemos mas não damos à luz é aborto. Hoje é comum encontrar concepções de tantos projetos maravilhosos mas que, não raramente, ficam no papel, na mente, e não são realizados, não vêm à luz.
Há em nós o medo do futuro, do incompreensível. Há muitas pessoas que concebem o projeto de rezar, de fundar uma comunidade, de entrar numa comunidade, de ajudar a custear obras de evangelização… concebem, mas não dão à luz. São abortos atrás de abortos que matam a vida no seu nascer. Maria concebe e dá à luz.
Dante Alighieri, poeta italiano, autor da “Divina Comédia”, diz que o inferno está ladrilhado de bons propósitos não realizados. O cristão é alguém que concebe e dá à luz, com todas as dores de parto, que são perdas, separações… É preciso separar-se de tudo o que não é Deus para sermos só e exclusivamente dele.
E o chamarás Jesus:
É sumamente interessante a presença destes três verbos que o evangelista Lucas nos oferece no seu Evangelho. Não é suficiente conceber e dar à luz… é necessário dar o nome, que quer dizer “assumir a maternidade e a paternidade” do que fazemos. Não fugir das nossas responsabilidades.
Na Bíblia, dar o nome, chamar pelo nome ou revelar o nome é conhecer intimamente alguém. Não são os homens que escolhem o nome, mas Deus.
Na oração é que concebemos a vida, damos à luz e damos o nome ao que fazemos. Assumimos a nossa parte de responsabilidade e de vida.
Com Maria de Nazaré temos aprendido que a nossa vida se projeta no futuro da história e, num gesto de fé inabalável, devemos aceitar desde já o que acontecer amanhã. Por isso, é muito bom todos os dias oferecer ao Senhor tudo o que faremos, tudo o que diremos, tudo o que seremos e tudo que irá nos acontecer. Queremos acolher o futuro na fé, como dom do amor de Deus; às vezes incompreensível, mas sempre amor.
 Colaboração
Frei Patrício Sciadini, OCD

sábado, 26 de dezembro de 2015

Estudo Bíblico

Estudo Bíblico
9 Razões para ser Católico


1. Trindade: 
-Gn 1,26; Nm 6,22-27; Is 6,3; Mt 28,19; Mc 1,9.10; 2Cor 13,13; 1 Pd 1,2; Apc 4,8;
-Deus-Pai- Jo 1, 18; 2Cor 1, 3;
-Deus-Filho- Is 35, 4; Mt 1, 23; Jo 1,1; 20,28; 1Jo 5,20;
-Deus Espírito Santo- Jo 14,16.17; 16,5-14; At 5,3.4; 1Cor 3,16.17
.
2. Sete sacramentos:-Batismo- Mt 28,19; Jo 3,1-8;
-Eucaristia- Mt 26,17-19; 
Jo 6; 1 Cor 11,23-34;
-Crisma- At 8,14-17; Ef 1,13;
-Confissão- Jo 20,22.23;
-Matrimônio- 
Mt 19,3-12;  Ef 5,21-33; 
-Ordem- Mc 3,13-19; Lc 10,16, 1Tm 4,14;
-Unção dos enfermos- Tg 5,14.15.
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3. Igreja: sinal de Deus na terra:
Una- 
Mt 1618; Jo 10,16; 17,21-23; 1Cor 1,10-16; Ef 4,4.5; 
Santa- Ef 5,25.26;
Católica (universal)- Mt 24,14; 28,19;
Apostólica- Mt 16,18; 18,18; 
At 2,42;  Ef 2,20; 
Infalível- Mt 16,18; Lc 10,16; Jo 14,16.17;1Tm 3,15.
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4. Primado do Papa: Mt 16,16-19; Lc 22,31.32; Jo 21,15-19; 2 Tm 4,2.
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5. Bíblia e Tradição como regras de fé:
Jo 20,30.31; 21,25; 2Ts 2,15; 3,6 ; 1Tm 3,16.17; 2Pd 1,16-21; 2Jo 12; 3Jo 13-15.
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6. Virgem Maria:
-Mãe de Deus: Is 7,14;  Mt 1,23; Lc 1,35.43; 
-Imaculada: Jó 14,4; Lc 1,28; Gn 3,15;
-Virgem perpétua: Ezeq 44,2; Lc 2,41-52; Jo 19,25-27;
-Intercessora:1Rs 2,13-20; Jo 2,1-12; Tg 5,16; Ap 8,4.
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7. Comunhão dos santos:
Jo 15,1-6; 1Tm 2,1; 
Tg 5,16;  Ap 8,4; .
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8. Vida após a morte: Lc 16,19-31; 2Cor 5,6-10; Fl 1,23.24; 
Ap 6,9; .
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9. Crença no:
-Céu- Jo 14,1-4; 2 Cor 5,1
;
 Fl 1, 20; 
-Inferno- Mt 10,28; 25,41-46; Lc 16,19-31; Ap 20,10;
-Purgatório- 
2 Mac 12,38-46; Mt 5,25.26; 12,32; 1 Cor 3,13-15; 
-Juízo particular- 2 Cor 5,10; Hb 9,27; 
-Ressurreição: Jo 11,25;  1 Cor 15,12-58; 1 Ts 4,13-18;
-Volta do Senhor- Mt 24,29-51 ; 1 Ts 5,1-11.
Prof. Evaldo Gomes

Três Características - Papa Francisco

PAPA FRANCISCO MEDITAÇÕES MATUTINAS NA SANTA MISSA

CELEBRADA NA CAPELA DA CASA SANTA MARTA 

 Três características 

Publicado no L'Osservatore Romano, ed. em português, n. 51 de 24 de Dezembro de 2015 
 Quais são as características do povo de Deus? Como deve ser a Igreja? Foi o tema da meditação que o Papa Francisco, inspirando-se na liturgia do dia, desenvolveu durante a missa. Em relação ao trecho do Evangelho de Mateus (21, 28-32) no qual Jesus, dirigindo-se aos chefes dos sacerdotes e aos anciãos do povo, afirma: «Em verdade vos digo: os publicanos e as meretrizes preceder-vos-ão no reino de Deus», o Pontífice observou «a energia» com a qual ele repreende o «modo de pensar, de julgar e de viver» de quantos eram considerados mestres. Também o profeta Sofonias, na primeira leitura (3, 1-2.9-13), «usa a voz de Deus e diz: “Ai da que é rebelde, ai da impura, ai da cidade tirânica! Ela não ouviu o apelo, nem aceitou o aviso; nunca confiou no Senhor nem se aproximou do seu Deus”». Praticamente, é a mesma repreensão dirigida «ao povo eleito, aos clérigos daquele tempo». E, frisou o Papa, «dizer a um sacerdote, a um chefe dos sacerdotes, que uma meretriz será mais santa do que ele no reino dos Céus» é uma acusação decididamente «grave». De resto, Jesus «tinha esta coragem de dizer a verdade». Mas então, acrescentou Francisco, diante de certas repreensões, vem-nos a pergunta: «Como deve ser a Igreja?». De facto, as pessoas sobre as quais lemos no Evangelho eram «homens de Igreja», eram «chefes da Igreja». Veio Jesus, veio João Baptista, mas eles «não ouviram». E o trecho do profeta recorda que apesar de Deus ter escolhido o seu povo, «ele tornou-se uma cidade rebelde, impura, que não aceita a Igreja nem o povo de Deus como devem ser». Contudo, eis que diante de tudo isto, o profeta Sofonias comunica ao povo uma promessa do Senhor: «Eu perdoar-te-ei». Isto é, explicou o Papa, «o primeiro passo para que o povo de Deus, a Igreja, todos nós, sejamos felizes é sentir-nos perdoados». E depois da promessa do perdão, há ainda a explicação de «como deve ser a Igreja: “Deixarei subsistir no meio de ti um povo humilde e modesto que porá a sua confiança no nome do Senhor”». Portanto, o povo de Deus fiel, afirmou Francisco, deve «ter estas três características: humildade, pobreza e confiança no Senhor». Em seguida, o Pontífice reflectiu e analisou cada uma das três características fundamentais. Antes de tudo, a Igreja deve ser «humilde». Isto é, uma Igreja «que não se vangloria dos poderes, das grandezas». Mas, advertiu o Papa: «humildade não significa uma pessoa amorfa, débil», com expressão resignada, porque isto «não é humildade, é teatro! É fingir humildade». A verdadeira humildade, ao contrário, começa «com um primeiro passo: sou pecador». Se, explicou Francisco, «não és capaz de dizer a ti mesmo que és pecador e que os outros são melhores do que ti, não és humilde». Por conseguinte, «o primeiro passo na Igreja humilde é sentir-se pecadora» e o mesmo é válido para «todos nós». Se, ao contrário, «algum de nós costuma ver os defeitos dos outros e fazer mexericos» certamente não é humilde mas «considera-se juiz dos outros». Diz o profeta: «Deixarei subsistir no meio de ti um povo humilde». E nós, recomendou o Pontífice, «devemos pedir esta graça, que a Igreja seja humilde, que eu seja humilde, que cada um de nós seja humilde». Depois, a meditação passou para a segunda característica: o povo de Deus «é pobre». Em relação a isto Francisco recordou que a pobreza é a «primeira das bem-aventuranças». Mas o que quer dizer «pobre de espírito?». Significa «apegado só às riquezas de Deus». Certamente, «uma Igreja que vive apegada ao dinheiro, que pensa no dinheiro, em como ganhar mais dinheiro... não o é». Por exemplo, explicou o Papa, havia quem «ingenuamente» dizia às pessoas que para passar pela porta santa «se deveria dar uma oferta»: esta, afirmou claramente o Pontífice, «não é a Igreja de Jesus, é a Igreja dos chefes dos sacerdotes, apegada ao dinheiro». Para fazer compreender melhor o seu pensamento, Francisco evocou também a vicissitude do diácono Lourenço — que era «o ecónomo da diocese» — o qual, quando o imperador lhe disse para «trazer as riquezas da diocese» a fim de pagar um tributo e evitar de ser condenado à morte, voltou «com os pobres». Isto é, os pobres são «a riqueza da Igreja». «Se tivermos um coração pobre e desapegado do dinheiro» e estivermos «ao serviço» dos outros até podemos ser «donos de um banco». «A pobreza», acrescentou o Papa, é caracterizada precisamente por «este desapego» que nos leva a «servir os necessitados». E o raciocínio concluiu-se com uma pergunta dirigida a cada um: «Sou ou não sou pobre?». Por fim, a terceira característica: o povo de Deus «porá a sua confiança no nome do Senhor». Também neste caso uma pergunta muito directa: «Onde está a minha confiança? No poder, nos amigos, no dinheiro? No Senhor!». É esta «a herança que o Senhor nos promete: “Deixarei subsistir no meio de ti um povo humilde e modesto que porá a sua confiança no nome do Senhor”. Humilde porque se sente pecador; pobre porque o seu coração é apegado às riquezas de Deus mas se as possuir é para as administrar; confiante no Senhor porque sabe que só o Senhor pode garantir algo que lhe faz bem». Por isso Jesus teve que dizer aos chefes dos sacerdotes, os quais «não entendiam estas coisas», que «uma meretriz entrará antes deles no reino dos Céus». Concluindo, disse, «nesta expectativa do Senhor, do Natal», peçamos que nos dê «um coração humilde», um coração «pobre» e, sobretudo, «confiante no Senhor», porque «o Senhor nunca desilude».

terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Eucarístia Dom de Deus

Eucaristia: grande Dom que Deus faz de Si Mesmo.

Corpus Christi o diaUm grande mistério. Um grande dom: Deus se faz Dom, presença presente, dádiva de amor, certeza que o Céu baixou a terra e que a terra subiu para o Céu. A promessa feita por Ele que estaria conosco todos os dias até à consumação dos séculos (cf. Mt 28, 20), se cumpriu de uma maneira concreta, efetiva, eloquente, simples, profunda e tão pobre, não menos poderosa e eficaz.
Reza a doutrina católica que após as palavras da consagração, durante o santo sacrifício da Missa, acontece a transubstanciação, ou seja, ocorre uma mudança profunda, essencial: permanecem as aparências de pão (gosto, cheiro, cor), mas na essência é Jesus, o Cristo Senhor, em corpo, sangue, alma e divindade, tão vivo e verdadeiro como está no Céu. E com o vinho acontece o mesmo, sendo que na essência é sangue do Cordeiro de Deus. Trata-se de um tesouro infinito, que somos chamados a assumir algumas atitudes bem profundas e concretas:
1. Bem celebrar e dignamente receber a Eucaristia: no santo sacrifício da missa, Jesus renova o seu sacrifício na cruz e com seus méritos infinitos se oferece ao Pai por nós. Tem grande eficácia, tem grande poder. É preciso resgatar mais e melhor a compreensão ou a tomada de consciência desta infinita graça que Deus nos dá e o bem que Ele nos faz. Tomar consciência sobre quem recebemos na Eucaristia e lançar-se nesta consciência da nossa dignidade: A sequência da solenidade de hoje nos atesta: “Eis o pão que os anjos comem, transformado em pão do homem; só os filhos o consomem; não será lançado aos cães”. Diz a Palavra de Deus: “…o sangue de Cristo purificará a nossa consciência das obras mortas, para servirmos ao Deus vivo” (Hb 9, 14). A maneira de estar na celebração, de ouvir as santas leituras, a compostura de oração, o silêncio, a devoção, o viver este momento com intensidade, unindo-se à “Vítima sem mancha” (Hb 9, 14), com certeza são posturas que nos boas disposições para colher o grande Dom que é o próprio Senhor. E ao receber o Senhor, dispor-se a estar com Ele, agradecer Sua visita, pedir-Lhe graças, ouvi-Lo atentamente, estar a seus pés como Maria e deixar-se amar. Santa Teresa de Jesus ensina: “Não é costume de Sua Majestade pagar mal a pousada quando é bem recebido”. A Eucaristia é, sobretudo, comida e igualmente bebida. Como em cada fragmento de pão e em cada gota de vinho, o Cristo total se faz presente e atuante, então, é preciso ir às fontes eucarísticas, isto é, as palavras do Senhor, na última ceia: “Tomai isto é o meu corpo” (Mc 12, 22) e também lhes disse: “Isto é o meu sangue, o sangue da aliança, que é derramado em favor de muitos” (Mc 12, 24). Se o sangue de bodes e touros e as cinzas de novilhas espalhada sobre os seres impuros, o santifica (ver Êx 24, 8; Hb 9, 13). É um meio de incomparável eficácia para mudar a vida e configurar-se Àquele que recebemos.
ss sacramento da Eucaristia
2. Adorar com piedade e devoção o Santíssimo Sacramento, no sacrário e exposto para estar sob o olhar dos fieis. Que amigo bondoso, que companheiro incomparável e Presença Santa é Jesus! Adorá-lo em espírito e verdade, como se deve fazer com o Pai (cf. Jo 4, 23) vai ajudando o cristão a tomar consciência de quem é Deus e de quem somos nós. Estes momentos de gratuidade, de liberdade na presença do Todo Poderoso, vão enchendo a alma de graças, de um ânimo novo, a amizade vai se estreitando e aprofundando. A atração pelo pecado vai perdendo força, o amor pelas coisas de Deus, ou seja, a piedade vai se intensificando de modos que a vida orante amadurecerá a união ao ponto de tal união consolidar a transformação do coração. O adorador é alguém que vive de fé, busca a Presença em função dela mesma. O amor deve ser o mais puro e gratuito quanto possível, pois a verdadeira adoração não está em função de sentimentos ou emoções gratificantes e exaltantes. Trata-se de um assumir-se, possuir-se diante do Altíssimo sendo e estando diante d’Ele. O discipulado acontece de forma bem peculiar e efetiva (além de afetiva, claro!) na vida dos adoradores. Creio que graças particulares são derramadas sobre quem se dispõe a viver esta experiência de Céu, deixando-se amar por Aquele que é Amor (cf. 1Jo 4, 8.16). Que escola de santidade para tantos cristãos foi este ficar aos pés do Senhor. Que desperdício e insensibilidade é ter a oportunidade de ter o Santíssimo Sacramento perto de casa ou dentro da própria casa e pouco caso fazer de tão sublime Presença. Claro, é preciso bom senso e responsabilidade, equilíbrio e reta compreensão de todas as coisas. No entanto, a generosidade, medida do amor, saberá articular formas e meios para dar a prioridade que Jesus sacramentado merece e colher sua Presença, não se privando das graças ligadas a este convívio tão saudável,
  1. alma esposa bebe o cálice
3. Viver a Eucaristia: O povo, diante da escuta das palavras do Senhor e de todos os seus decretos respondeu em coro: “Faremos tudo o que o Senhor nos disse” (Ex 24, 3). Eis o viver a Eucaristia: configurar-se a Cristo, unir-se a Ele, buscando sua vontade. De fato, não tem como aderir a ao que Deus É sem viver o que Deus Quer. Vontade de Deus e o próprio Deus estão intimamente conectados. Não escolher o plano de Deus significa rejeitar Quem tem estes planos. Não adiante fugir desta verdade, tentar enfeitar tantas justificativas ou pretextos para explicar o inexplicável. Fatores humanos podem até atenuar as responsabilidades das pessoas no que diz respeito a fortes e patológicas situações condicionantes. Mas, o princípio permanece e ninguém se pode permitir fugir disso! Receber a Eucaristia é entrar em comunhão, é ser um com Quem vem ao nosso encontro. União de vidas significa união de vontades. Portanto, tal sacramento santíssimo gerará frutos para os que estão mortos para si, como diz o apóstolo: “Porque já estais mortos, e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus” (Cl 3,3). Poder-se-ia perguntar: por que será que tanta gente recebe a comunhão assume seu cristianismo de forma medíocre e até mesmo vive em pecados graves de forma acomodada e tranquila? Por que será que outros, ao invés, progridem e perseveram na virtude, avançando cada vez mais na união transformante? Aqui tocamos o mistério da pessoa, de seu livre arbítrio e de tanta coisa que só Deus conhece plenamente. Parece que, a parábola da semente (cf. Mt 13, 1-30) que é semeada nos ajuda a mais ou menos intuir o que acontece. A semente é sempre boa, ou seja é a Eucaristia, a Palavra feita Pão e vinho, é o próprio Senhor e, por excelência, a semente excelente! Mas os terrenos são bem diversificados. A meu ver, ter a coragem de trabalhar o terreno, na fadiga da conversão, na renúncia de si, escolhendo não o mais fácil e mais gratificante, mas o melhor e o mais perfeito, tal atitude vai criando condições para se acolher a boa semente, de modo que ela se transforme em uma planta que frutifica. Afervorar-se, converter-se continuamente, corrigir os próprios erros e defeitos, debelar corajosamente o pecado e fugir das ocasiões com firme decisão e sem hesitação, deixar-se corrigir pelos outros, fazer exame de consciência diário, ocupar-se sempre das próprias obrigações, com disciplina e ordem. Atentar ao que diz o apóstolo (1Ts 5, 15, 22):
 15 Vede que ninguém dê a outrem mal por mal, mas segui sempre o bem, tanto uns para com os outros, como para com todos.16 Regozijai-vos sempre.17 Orai sem cessar.18 Em tudo dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco.19 Não extingais o Espírito.20 Não desprezeis as profecias.21 Examinai tudo. Retende o bem.22 Abstende-vos de toda a aparência do mal.

Os santos que amaram a Eucaristia e dela se nutriram, são as principais testemuhas do poder que tão sublime sacramento possui do tanto que é capaz de realizar na vida dos que acreditam. Por isso, só nos resta desejar e orar, e, com certeza, agir concretamente, a fim de existir uma vida eucaristia tomando posse dos votos feitos por Paulo, no final de sua carta aos Tessalonicenses:  (1Ts 5, 23-24)
:23 “E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo, sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo.24 Fiel é o que vos chama, o qual também o fará”
Deus abençoe a todos.
Ministério de Música Arcanjo Miguel 

segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Catálogo das virtudes necessárias...

Papa apresenta ‘catálogo das virtudes necessárias’ para quem presta serviço na Cúria
27 de dezembro de 2015


papa doencas curiaA palavra misericórdia guiou as felicitações que o Papa Francisco fez a seus colaboradores da Cúria Romana, recebidos em audiência na manhã de segunda-feira (21/12).
Depois do “catálogo das doenças curiais” apresentado no ano passado, este ano o pontífice propôs o “catálogo das virtudes necessárias” para quem presta serviço na Cúria. Isto é, como disse Francisco, “os antibióticos curiais”.


Doenças curiais

No decorrer de 2015, constatou o Papa, algumas das doenças citadas acabaram por se manifestar novamente, causando sofrimento e feridas. Por isso, foi necessário intervir e tomar medidas decisivas. “A reforma prosseguirá com determinação, lucidez e ardor”, reafirmou Francisco.
Entretanto, ponderou, “nem as doenças nem mesmo os escândalos poderão esconder a eficiência dos serviços que a Cúria Romana presta ao Papa e à Igreja inteira. Seria grande injustiça não expressar gratidão e encorajamento a todas as pessoas sãs e honestas que trabalham com dedicação”.

Virtudes necessárias

O “catálogo das virtudes necessárias” é dividido em 12 pontos, e tem como “guia e farol” a palavra misericórdia. “Trata-se de um instrumento prático para viver frutuosamente este tempo de graça”, explicou Francisco, convidando seus colaboradores a aprofundá-lo, enriquecê-lo e completá-lo.
Cada ponto é composto por duas palavras – virtudes, atitudes ou valores – sobre as quais o Pontífice faz a sua reflexão.
Assim, são necessários honestidade e maturidade, espiritualidade e humanidade, respeito e humildade, caridade e verdade para se combater indicações, subornos, escândalos, burocracia, superficialidade e a lógica consumista.
“A humanidade é saber mostrar ternura, familiaridade e gentileza com todos.”
Ou ainda: “Exemplaridade para evitar os escândalos que ferem as almas e ameaçam a credibilidade do nosso testemunho. Fidelidade à nossa consagração, à nossa vocação.” “A honestidade é a base sobre a qual assentam todas as outras qualidades.”
E também: “O respeito é dote das almas nobres e delicadas; das pessoas que procuram sempre ter em justa consideração os outros, a sua função, os superiores e os subordinados, os problemas, os documentos, o segredo e a confidencialidade.”
“A sobriedade é a capacidade de renunciar ao supérfluo e resistir à lógica consumista dominante.”

Misericórdia
“Na realidade, é inútil abrir todas as Portas Santas de todas as basílicas do mundo, se a porta do nosso coração está fechada ao amor”, afirmou o Papa, acrescentando:
“A misericórdia não é um sentimento passageiro, mas é a síntese da Boa Nova. Seja a misericórdia a guiar os nossos passos, a inspirar as nossas reformas, a iluminar as nossas decisões; seja ela a fazer-nos ler a pequenez das nossas ações no grande projeto de salvação de Deus.”

Francisco encerrou a reflexão a seus colaboradores da Cúria Romana com uma oração atribuída ao Beato Oscar Arnulfo Romero.

Confira o título dos 12 pontos:

1. Missionariedade e pastoreação
2. Idoneidade e sagácia
3. Espiritualidade e humanidade
4. Exemplaridade e fidelidade
5. Racionalidade e amabilidade
6. Inocuidade e determinação
7. Caridade e verdade
8. Honestidade e maturidade
9. Respeito e humildade
10. Dadivoso e atento
11. Impavidez e prontidão
12. Fiabilidade e sobriedade

Exemplos de Santos, para nos ajudar no Ano da Misericórdia

Dez santos cujo exemplo nos ajudarão a viver o Ano da Misericórdia


PioPietrelcina-TeresaCalcuta_JPII_171215O Jubileu da Misericórdia foi iniciado no dia 8 de dezembro e acontecerá até o dia 20 novembro de 2016. Apresentamos agora uma lista de dez Santos cujo testemunho nos animará a viver a misericórdia durante este Ano Santo.
São João Paulo II (1920-2005)
Teve uma juventude muito dura pelo ambiente de ódio e destruição da Segunda Guerra Mundial. Durante seus mais de 25 anos de pontificado, São João Paulo II teve um espírito missionário. Realizou 104 viagens apostólicas fora da Itália e 146 no interior deste país.
Seu amor pelos jovens o levou a iniciar as Jornadas Mundiais da Juventude. Promoveu o diálogo inter-religioso.
Um de seus gestos mais recordados foi pedir perdão pelos pecados da Igreja em toda sua história.
Perdoou ao turco Alí Agca, que atirou nele na Praça de São Pedro, e inclusive o visitou na prisão.
Santa Faustina Kowalska (1905-1938)
A esta santa polonesa, Deus revelou o mistério de sua misericórdia conhecida como o Terço da Divina Misericórdia, cuja festa é celebrada no segundo domingo de Páscoa.
Irmã Faustina teve uma vida de piedade e caridade. No convento foi cozinheira, jardineira e porteira.
Também conseguiu um alto grau de união com Deus e lutou por vencer-se a si mesma e alcançar a santidade.
O Senhor concedeu a Irmã Faustina revelações, visões do céu, do purgatório e do inferno; o dom da profecia, a graça de ler as almas e os estigmas ocultos.
Beata Teresa da Calcutá (1910-1997)
sta beata albanesa, mas de coração indiano, fundou a pedido de Deus uma congregação religiosa ao serviço dos mais pobres entre os pobres da Índia.
Dedicou-se a percorrer os bairros pobres, visitou famílias, lavou as feridas das crianças e ajudou os necessitados, entre eles os leprosos e os chamados “intocáveis”, a casta hindu mais baixa.
Recebeu o prêmio Nobel da Paz e antes de morrer deixou uma grande obra que continua acolhendo os mais pobres entre os pobres.
Santa Maria Goretti (1890- 1902)
Esta “pequena e doce mártir da pureza”, como a definiu o Papa Pio XII, cresceu em uma família materialmente pobre, mas rica em bens espirituais.
Aos onze anos, Alessandro Serenelli, um jovem sócio de sua família, tentou estuprá-la e, ao ver que a menina resistia, o jovem a esfaqueou 14 vezes.
Consciente de que não iria sobreviver, Maria recebeu os Sacramentos e antes de comungar perdoou de coração o seu assassino e pediu estar com ele no paraíso.
Alguns anos depois Alessandro se converteu e pediu perdão à mãe de Maria Goretti.

Beato Miguel Pró (1891-1927)
Nasceu em uma família rica e tinha um grande senso de humor. Foi ao estrangeiro para estudar no seminário e quando voltou ao México enfrentou a cruel perseguição do governo contra os cristãos.
Começou a celebrar Missas e Adorações ao Santíssimo clandestinas e andava disfarçado para escapar da polícia. Miguel se transformou em um dos líderes da resistência, a qual contribuiu de maneira pacífica, sempre sob o lema “VivaCristo Rei”.
O presidente Calles o prendeu, acusando-o falsamente. Antes de morrer negou as acusações que lhe foram feitas, ajoelhou-se para rezar e perdoou os seus inimigos.

Padre Pio de Pietrelcina (1887-1968)
Tinha o dom do discernimento, o qual permitiu-lhe ler os corações e as consciências. Por isso muitos fiéis se confessavam com ele, o santo se dedicava a confissão durante muitas horas do seu tempo.
Também recebeu os estigmas.
Como resposta aos estragos causados durante a Segunda Guerra Mundial, fundou os “Grupos de Oração do Padre Pio”. Quando morreu existiam 726 e os quais contavam com 68 mil membros.
Em 5 de maio de 1956 fundou junto a seus amigos a “Casa Alivio do Sofrimento” com o fim de que os doentes se recuperem física e espiritualmente.
Seus inimigos o caluniaram e a Santa Sé tirou-lhe a administração de sua obra. O Padre Pio suportou com paciência esta perseguição até sua morte e manteve seu amor e fidelidade à Igreja.

São Damião de Molokai (1840- 1889)
Este santo, chamado “o leproso voluntário”, foi enviado como missionário ao Havaí, onde aproximadamente a maioria dos habitantes eram protestantes. Começou a pregar com carinho e atendia pessoalmente as necessidades das pessoas. Desta forma, conseguiu que muitos se convertessem. Depois se dirigiu à ilha de Molokai para atender os leprosos, sabendo que o contágio era praticamente inevitável.
Deu-lhes oportunidades de trabalho, foi enfermeiro dos mais abandonados, conseguiu doações, reconstruía as casas derrubadas pelos furacões e inclusive fabricava os ataúdes para os mortos.
Contagiou-se de lepra e morreu em meio a sua grande obra de caridade.
São Oliver Plunkett (1629-1681)
Este bispo irlandês se dedicava a consolar aos aflitos, administrava os sacramentos e enviava um sacerdote quando uma paróquia estava abandonada a fim de que esta não caísse na pobreza ou a perseguição.
Foi acusado falsamente de ter contratado setenta mil irlandeses católicos para assassinar todos os protestantes.
Esteve preso na Torre de Londres, até ser declarado culpado e traidor. Assumiu sua própria defesa e antes de ser enforcado perdoou os seus acusadores e assassinos. Morreu pronunciando o “Miserere”.
São Paulo Miki (1597)
Em meio a perseguição japonesa contra os missionários em 1597, São Paulo Miki e outros 26 católicos foram martirizados. Foi um dos missionários que não fugiu do país, se esconderam, mas foram descobertos e massacrados em Nagasaki.
Antes de seu martírio, afirmou que era japonês, jesuíta e que morria com a honra de ter pregado o evangelho e a verdadeira religião de Deus.
Manifestou que perdoava o rei e todos os que contribuíam no seu martírio. Também pediu por sua conversão.
Beato Carlos da Áustria (1887-1922)
Desde jovem foi muito piedoso e teve um imenso amor pela Eucaristia.
Depois da morte do imperador Francisco José, em 21 de novembro de 1916, Carlos foi nomeado imperador da Áustria e no dia 30 de dezembro foi coroado Rei apostólico da Hungria.
Durante seu reinado, procurou estabelecer a paz no contexto da Primeira Guerra Mundial e desenvolveu sua política interna baseada no ensinamento social cristão.
Além disso, foi o único líder político que apoiou o Papa Bento XV em seus esforços por obter a paz. Graças a isso ele conseguiu estabelecer uma transição a uma nova ordem sem guerra civil. Apesar disso, foi trasladado à Ilha da Madeira (Portugal).
Estando na ilha, ficou doente e ofereceu seu sofrimento como um sacrifício pela paz e unidade dos povos. Antes de morrer, perdoou todos aqueles que não o ajudaram.
Expirou olhando o Santíssimo Sacramento.